segunda-feira, 17 de março de 2008

Sede Santos, como vosso Pai celeste é Santo!

Amigos,

Depois de uma postagem técnica (na área em que atuo), aqui temos uma postagem que é mais para o público religioso. Logo, antes de tudo gostaria de dizer que o que vou contar não tem por objetivo me vangloriar nem muito menos me desvalorizar, mas mostrar que Deus em sua misericórdia tem muita paciência com cada um de nós e nos dá a cada dia oportunidades de sermos imitadores Dele. Como? "Segue o link..."

Semana passada enquanto me dirigia para o local onde almoço quase todos os dias, percebi um homem sentado na calçada (sempre o vejo por lá), e pensei comigo mesmo: nunca dei nada para ele, já ajudei a senhora que fica com os dois filhos nessa calçada (às vezes até com o menino mamando no seu seio), já ajudei Dona Josefa (aquela que sempre depois de uma ajuda que alguém dá, ela diz que se tivesse "cinco mi réi" ela voltaria para casa pra fazer a comida. SEMPRE diz isso), mas, quanto a esse homem, eu nunca ajudei de alguma forma. Foi quando pensei em trazer uma quentinha para ele almoçar na minha volta.

Depois de almoçar, comecei a preparar a quentinha dele. Fiquei um pouco preocupado com o valor, pois estava ficando pesado o alumínio. Foi quando falei com Deus: "Meu Deus, em qual medida devo ajudar os pobres, como devo ajudar quem precisa? Pois se ajudar sempre e muito, ficarei sem nada". Sei que, para mim, não é isso o que Deus quer. Não fui chamado a ter uma vida assim, mas a não me apegar a nada. Resumindo: fiquei calculando a caridade. Mas voltando... Falava com Deus enquanto colocava o prato. E nem terminei de fazer isso e me veio à mente a imagem de Dona Josefa. E pensei: "Será que ela vai estar lá? Mas eu prometi a mim mesmo levar essa quentinha para o homem".

Pois bem, peguei a quentinha e voltei no caminho do meu trabalho. Olho de longe, e não vejo o homem na calçada, mas vejo Dona Josefa a poucos metros de mim. "O que faço? Já sei, vou caminhar mais e ver se o homem está lá, e não vou poder ajudar Dona Josefa", pensei comigo mesmo. Ao me aproximar da calçada vi que, realmente, o homem não estava lá, mas a mulher com os dois filhos pequenos. "Caramba! E agora?". Comparei as duas e cheguei à conclusão de que entregaria o almoço para Dona Josefa, primeiro por ser sozinha e segundo por eu ter visto sua imagem naquela minha breve oração. Voltei e entreguei para ela a quentinha.

Poucos metros à frente me encontro com um colega que trabalha na mesma empresa que eu. Conversamos um pouco sobre viagens por cerca de 15 minutos. Só que nesse intervalo, Dona Josefa já havia passado por nós com o saco que levava a quentinha no braço. Chego mais na frente e me encontro com a mulher e seus dois filhos, sentados na calçada. Ela me pediu uma ajuda e eu disse que não tinha. Mais na frente encontro Dona Josefa, na sua busca contínua pela esmola, porém sem o saco da quentinha no braço. Pensei que ela poderia ter algum lugar para colocar as coisas que recebia por aquela região, e fiquei curioso para saber quem era que a ajudava.

Me aproximei dela e, sorrindo, perguntei: "Dona Josefa, onde a senhora colocou a quentinha? Já comeu?" Ela olhou pra mim e disse: "Meu filho, eu vi aquela mulher com os dois meninos no colo e pensei 'Ela precisa mais do que eu', e então dei a quentinha para ela".

Rapaz, eu parei e pensei: "PUUUUUUUUUUTTTTTTTZZZZZZZZZZ!!!" Essa atitude dela me lembrou a duas passagens do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo: Mc 12, 42 - 44 (a viúva que coloca duas moedas, mas tudo o que tinha, como oferenda no templo) e Mt 5, 48 (sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito); pois Dona Josefa deu tudo o que tinha (além de ser viúva), e foi imitadora do Pai, pelo mesmo motivo, pois se deu por inteira. Deus se dá por inteiro a nós e é assim que ele quer que nós façamos com nossos irmãos, principalmente com os mais necessitados. Entendi que Deus não quer meu dinheiro, mas que meu irmão do lado não pereça (Mt 18, 14: que não se perca nenhum desses pequeninos). Essa é a medida da qual eu perguntava anteriormente a Deus. Essa é a medida: POR INTEIRO, QUE NÃO HAJA ENTRE VÓS NECESSITADOS (At 4, 34)! Graças a Deus. Obrigado Senhor pela lição.

Então, abri a carteira e dei a Dona Josefa o único real que tinha, foi quando ela automaticamente disse: "Meu filho... Você não sabe... Se eu... Olhe... Se eu..."; intervi dizendo: "tivesse 'cinco mi réi'..."; ela completou: "e eu num ia-me embora pra casa?!" E numa risada gostosa terminamos a conversa. :)

Espero que tenha ficado pra vocês a parte boa dessa história, assim como ficou para mim.

Fiquem com Deus e Nossa Senhora!!!

[]'s
Emerson de Lira Espínola

2 comentários:

Ari Vieira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ari Vieira disse...

disse...

Ainda bem que você aprendeu a lição viu Mecinho, isso já aconteceu comigo várias vezes, mas no nosso caso de "ficar sem dinheiro" sempre tem um caixa eletrônico por perto, e um cheque especial pra gente entrar sem doer na consciência!!! rsrsr...

um abração meu amigo!

Ari