quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Faço ou não faço? Faço!


Um belo instante na Eternidade (que não tem instante, pois é Eternidade), Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo conversam antes de fazerem o homem.

- Vamos fazê-lo à nossa imagem e semelhança?
- SIM!
- CLARO!
- Mas como somos o Deus Uno e Trino e somos Oniscientes, sabemos que ao darmos ao homem o livre arbítrio, ele vai se rebelar contra nós.
- Muitos deles não vão nem acreditar em nós.
- Muitos vão perseguir aqueles que confiarão em nós.
- Eu mesmo terei que ir visitá-los e mostrá-los nossa face.
- Eu falarei com eles até o momento em que você for, para preparar o caminho.
- Mas sabemos que eles irão te tratar como um amaldiçoado e não vão reconhecer tua natureza Divina.
- Mesmo assim atrairei muitos para Nós e em seguida envio Você para revelar-lhes toda a Verdade que eles vão ter no meio deles, mas não vão entender.
- Mas não tem problema se muitos não vão acreditar. Nós faremos o sol nascer para eles também, e sempre esperaremos que eles voltem seus corações para nós.
- Faremos o homem porque queremos compartilhar com eles a nossa Alegria perfeita, mesmo que muitos deles não nos conheçam, não nos queiram por perto, não nos agradeçam pelos nossos benefícios, não percebam nas pequenas coisas nossa sábia mão agindo.
- Queremos dar-lhes tudo de nós: o AMOR, ou seja, nós mesmos.
- Sem nós eles não são nada, por isso queremos que eles nos conheçam.
- Sonhei com isso.
- E por tudo isso, "façamos o homem à nossa imagem e semelhança".

Eita AMOR do "pipoco"!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

As preocupações me perseguem


A história a seguir é divertida, mas bem atual na vida de muitos. O seu desfecho é a minha sugestão para vencer as preocupações que caminham do nosso lado 24 horas por dia. O texto parece longo, mas é rápido de ler, pois tem muito diálogo curto.

Se você tem muita preocupação na cabeça, vale à pena conferir essa história.

Enfim, segue a história:

O cara está trancado no seu quarto lendo a Bíblia e encontra a passagem de São Paulo aos Filipenses, Capítulo 4, do Versículo 6 ao 8, que diz assim:

Não vos inquieteis com nada! Em todas as cincustâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus. Além disto, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar os vossos pensamentos.

E pensa consigo mesmo (com aquele ar de “a ficha caiu”):

- Caramba! Devo apresentar a Deus minha preocupações através da oração, súplica e ação de graças, e a paz de Deus vai guardar meu coração e meus pensamentos! E tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, boa fama, virtuoso e louvável é o que deve ficar no lugar das preocupações. Já sei o que vou fazer.

Enquanto isso do outro lado da porta estão todas as preocupações desse cara (todas elas personificadas) com os ouvidos e olhos colados na porta. E elas comentam entre si:

- Ele ainda tá falando?
- Acho que não. Não ouço nada.
- Será que ele vai demorar pra sair daí? Tenho que lembrá-lo de alguns probleminhas da Vida dele.

Nesse momento o cara fecha a Bíblia e se dirige à porta do quarto. Eis que uma das preocupações (que estava olhando por debaixo da porta diz):

- Silêncio! Acho que ele está vindo! Tô vendo os pés dele vindo na direção da porta.
- Tem certeza que são os pés dele? Da outra vez você disse a mesma coisa, mas na verdade eram os pés do robô “Faz tudo da Estrela” que ele ganhou no…

Ainda falava essa “preocupação” quando o cara abre a porta. Resultado: todas as suas preocupações caem nos seus pés.

- Vocês de novo?! - Esbraveja o cara. - Deixem me em paz.

Então foram aos poucos se levantando e as preocupações começaram com o falatório:

- Eu tô querendo te ajudar a você não perder seu emprego, e você me trata assim? - Sente-se ferida a preocupação com o Trabalho. E continuou: - Você tem que me ajudar a te ajudar, entendeu?
- Não entendi nada! - Responde o cara.
- Essa nem eu entendi. - Comenta a preocupação com a Saúde.
- Saiam da minha frente, que eu preciso sair! - Fala o cara, abrindo caminho com as mãos.

E caminhando, ele continua ouvindo as preocupações seguindo seus passos:

- Mas onde você vai? Tem muitos perigos aí do lado de fora. - Falou a preocupação com a Vida. - Muitos assaltos, muita morte. É melhor você ficar em casa!
- A preocupação com a vida está certa. Como vai ser a vida da sua família (esposa e filhos) se acontecer algo de ruim com você? - Pergunta a preocupação com o Futuro.
- Ai ai ai ai ai! Se você for demitido por chegar atrasado no trabalho mais uma vez, como você vai se sustentar? - Agora a preocupação com o Dinheiro se desespera. - Como você vai sustentar sua família?
- Aproveito a “deixa” (o gancho) da preocupação com o Dinheiro pra perguntar como você vai comprar remédios para sua mãe que está no hospital? - Foi a vez da preocupação com a Saúde. - E como vai pagar as parcelas atrasadas do Plano de Saúde.
- Pera aí, pessoal. - Falou a preocupação com a Auto Imagem. - Vocês não estão vendo que estão tirando o foco da vida do cara?

As outras preocupações baixam a cabeça como sinal de vergonha, e ouvem a preocupação com a Auto Imagem continuar seu discusso.

- Desse jeito ele não vai ter tempo nem pra malhar pra perder esses pneus aí. Cara, você tá parecendo o bonequinho dos pneus Michelin. Se continuar nesse ritmo, sua esposa vai te deixar, vai ficar cansado com o peso, por consequência você não vai conseguir produzir da mesma forma que produzia antes, daí você vai ser demitido, e vai acontecer o que as outras preocupações estavam falando até agora. Você tem que manter o foco na sua Auto Imagem.

Então todas as outras preocupações perceberam que a Auto Imagem estava querendo ganhar o cara, e voltaram à discussão.

- Tempo é mais importante, pois não sabemos o que será do nosso Futuro.
- Quero ver você passar o tempo sem Dinheiro. Num instante você morre.
- Quero ver dinheiro sem Trabalho.
- Pra que dinheiro? Pra chamar o ladrão para tirar a sua Vida? Até prestes a morrer o dinheiro não pode fazer nada.
- Por isso tem que tomar cuidado com a Saúde desde hoje.
- E cuidado também com a Auto Imagem, pra garantir que isso tudo aí que vocês disseram não vai acontecer.

O cara não aguenta e grita:

- CALEM-SE! Vocês falam demais e não deixam que em meus pensamentos aja tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, boa fama, virtuoso e louvável. Vocês fazem muito barulho na minha cabeça, de forma que eu não consigo ouvir nem a mim mesmo. Hoje vou dar um jeito em vocês todos.
- Como assim um jeito? - Questiona, a preocupação coma Vida.
- Nós só queremos ficar em Paz, sabendo que você está tomando conta da gente. - Falou a preocupação com o Futuro.
- E tendo tudo resolvido, você também fica am Paz, cara. - Se justifica a preocupação com a Auto Imagem.
- Até parece! Toda vez que eu olho pra vocês, vocês só ficam mais agitadas. Pois bem, todos nós precisamos de Paz. Descobri um jeito de trazer Paz para vocês e para mim. - Fala o cara.
- E como é? - Pergunta a preocupação com a Saúde.
- Eu aposto que tem dinheiro na jogada. - Se mete na conversa a preocupação com o Dinheiro - Só o dinheiro pra trazer a Paz.
- Cala a boca! - Exclama a preocupação com o Trabalho. - Deixa o cara mostrar primeiro pra depois você falar.
- Silêncio. Estamos chegando! - Fala o cara.

Assim todos eles vão se aproximando de uma Igreja.

O cara diz a todos eles:

- Fiquem aqui e só entrem quando eu mandar. E de uma por uma.
- OK! - Responderam as preocupações.

O cara entra na Igreja, aproxima-se do Santíssimo (Jesus Eucarístico), ajoelha-se diante dele, faz o Sinal da Cruz, respira fundo e começa a seguinte oração:

- Até hoje, Senhor, não sabia o que fazer com minhas preocupações, mas hoje quando li Fl 4, 6 - 8 descobri o que fazer para me livrar delas e alcançar a Paz. Por isso quero, por essa oração, te entregar meu Trabalho e seus stresses, os riscos que minha Vida corre, os problemas de Saúde da minha mãe, bem como a Saúde do meu corpo também, a falta de Dinheiro, os maus pensamentos a respeito do Futuro, e falsa vontade de agradar aos outros com medo que minha Imagem fique queimada diante deles.

E foi chamando uma por uma para se chegarem diante do Senhor, a começar pela preocupação com o Trabalho.

Chegando ela diante do Senhor, permanaceu de pé e totalmente relaxada. O cara olha pra ela (de baixo para cima) e pergunta:

- Você tem algum problema no joelho?
- Não!
- Tá cansada?
- Não!
- Então se ajoelhe!
- Por quê?
- Sabem quem está aqui na minha frente?
- Não!
- Jesus Cristo, Reis dos Reis e Senhor dos Senhores.
- Caramba! Sério?! Isso tudinho aí dentro dessa caixinha?
- Sim.
- Claro! Claro! - E se ajoelhando continua - Mas me diga uma coisa.
- Pois não.
- Ele pode te ajudar com os problemas no Trabalho? Tipo assim: resolver, superar.
- Pode. Ele pode tudo.
- Então por mim tá valendo. - E hesitando pergunta novamente: - Ele pode tudo, tudo, tudo mesmo?
- Pode.
- Então Jesus, eu vou ficar com o Senhor aí dentro. Pode ser?

Então aparecem duas mãos de dentro (pode ser de lado também) do Santíssimo fazendo sinal de chamado, como se estivesse dizendo: “Vem!” A preocupação com o Trabalho se levantou e andou na direção do Santíssimo e sumiu.

E o cara olha pra Jesus e diz:

- Obrigado, Jesus, pois sei que o Senhor vai tomar conta e me ajudar a superar todos os problemas que me aparecerem.

Nesse instante todas as outras preocupações que ficaram do lado de fora ficaram com medo, e nenhuma delas queria entrar mais. Ficavam empurrando umas às outras para entrar. E diziam entre si:

- Vai você!
- Eu não, vai você!
- Eu não, vai tu só!
- Eu só vou se você for!
- E eu só vou se você for!

Então o cara chamou todas as outras preocupações uma por uma, e o mesmo ritual que aconteceu com a preocupação com o Trabalho, aconteceu com as outras preocupações.

À cada preocupação que ia embora, seu coração ficava mais leve. E antes de ir embora agradeceu a Jesus dizendo um LEVE, PACÍFICO e PROFUNDO:

- “Muito Obrigado, Senhor”!

Sim! Verdadeiramente esse cara saiu daquela Igreja com o Sorriso de Deus nos lábios e no coração.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Síndrome de (1 / Peter Pan)


O Dr. Dan Kiley escreveu em 1983 um livro chamado The Peter Pan Syndrome: Men Who Have Never Grown Up, ou seja, Síndrome de Peter Pan: Homens que nunca cresceram. O livro fala que muitos homens têm problemas ao lidarem com responsabilidade, e, em virtude disso, comportam-se como crianças.

Mas esse post é para falar da recém criada (right now) Síndrome do Inverso de Peter Pan. É a síndrome que ataca aquelas pessoas que se tornaram adultas e não conseguem mais voltar a ser crianças, pois seus corações já não as permitem sentir as mesmas sensações que uma criança sente, como: medo, insegurança, vontade de chorar; e outras como: conforto por ter um pai e uma mãe. Longe de mim comparar essas duas síndromes. Até porque a primeira foi só o gancho para essa que eu acabei de criar.

Muitas pessoas crescem e se tornam adultas que não são capazes de expor seus sentimentos. Elas não conseguem dizer para outro adulto que estão com medo.

- Medo de quê?

Isso é o que diria outro adulto para ele (o medroso). Ora, medo do desconhecido, do novo. Quem sofre dessa síndrome, depois que chega à fase adulta, não consegue mais assumir que não sabe de algo, que não é tão corajoso o quanto se mostra ser, que não é um poço de seguranças e, que às vezes sente voltade de chorar. Nessa fase o adulto já esqueceu dos braços do pai e da mãe.

Aprendamos que, todos os dias, novos desafios nos são dados e que não há mal algum em sentir medo e dizer que não sabemos resolver os problemas, pois nunca nos deparamos com eles até o presente momento. Ora, se você nunca se deparou com esse problema ou desafio, você não sabe resolvê-lo de imediato. Você vai por indução, pelo tato, pelos histórico de problemas parecidos que você resolveu no passado, mas a solução de imediato, na lata, você não tem.

Tudo isso para dizer que somos sempre crianças, pois sempre temos algo novo para conhecer. E como o desconhecido às vezes causa medo, sentiremos medo sempre. Mas existe uma diferença entre a eterna criança e o adulto portador da síndrome: a criança encara as novidades com confiança nos pais, enquanto o adulto não assume que não sabe ou que tem medo e fica (mesmo sem saber ou com medo) travado na resolução do problema. Não digo que ele não consiga resolver o problema depois, mas vai gerar muito mais desconforto nos que o rodeiam e vai gerar muito mais confusão do que a criança que sabe que os pais estão ali para ajudá-la nessas horas.

Termino dizendo que onde você estiver: casa, escola, universidade, trabalho, festa, ... não seja um adulto com essa síndrome, mas seja uma eterna criança que confia em Deus para ajudá-lo a superar seus próprios limites. E não se preocupe, essa criança não tem nada a ver com o Peter Pan do Dr. Dan Kiley do começo do texto.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Orgulho no trabalho


Tem gente que é tão orgulhosa que não consegue servir ninguém, pois se sente o besta, o otário, o leso, o submisso, o sem autonomia, o inferior. Mas tem gente que é tão orgulhosa, mas tão orgulhosa, que não consegue ser servida por alguém (considerada) "inferior" a ela.

Agora levemos essas pessoas para o ambiente de trabalho. Aquele que não consegue servir afeta o trabalho dos outros, pois não entende que o conhecimento que ele tem pode ajudar o outro a resolver os seus problemas. A pró-atividade desse sujeito é toda voltada para ele. Ou seja, o cidadão faz questão de se tornar uma ilha dentro da empresa.

A outra figura, o do que não sabe ser servido por "seres inferiores", está criando uma barreira para o conhecimento de outras pessoas chegar até ele. Como ele as considera "seres inferiores", imagina que não pode vir nada de bom deles. E os que são vistos como "inferiores" não ganham espaço para mostrarem que não são. Não é possível que sejamos melhor em tudo que os outros. Sempre tem alguém, até mesmo um "inferior", que tem algo melhor que nós, e nisso precisamos aprender com eles. A área de inteligências múltiplas têm mostrado que existem vários tipos de inteligências.

É nesse momento em que a pessoa começa a se desfazer do orgulho e vai dando lugar para a humildade, e assim começa a enxergar todos sem distinção. Para aquele que deixou a humildade render o orgulho, ninguém é melhor que ninguém e todos são iguais.

Um orgulhoso não consegue ajudar ninguém nos seus problemas diários do trabalho. O outro orgulho acha que seus problemas laborais são impossíveis de serem resolvidos por pessoas rotuladas como fracas. O humilde quando é ajudado, aprende e resolve seus problemas mais rápido, pois o quanto antes já está trocando idéias; e quando ele ajuda, reforça o conhecimento que já tem, e propaga o conhecimento para outros.

Todo mundo enfrenta problemas no trabalho. Felizes os que entendem que podem encontrar respostas para esses problemas nos outros.

[]'s
Emerson de Lira Espínola
 

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Não tem quem me explique

É cada uma que aparece por aí, que a gente não sabe se ri ou se chora.

O jornalista americano A.J. Jacobs, agnóstico, fez uma lista de 72 páginas com mais de 700 regras, do Gênesis ao Apocalipse, de como o homem deve viver. Jacobs decidiu que passaria um ano vivendo de acordo com os preceitos bíblicos, interpretando sozinho as escrituras. O resultado disso ele colocou no livro "The Year of Living Biblically" ou “O ano em que vivi Biblicamente”. É uma notícia antiga essa. Já tinha ouvido falar, mas hoje foi quando a li na íntegra. Um ponto a ressaltar é que a notícia é da Superinteressante, então temos que dar um desconto grande para as palavras que estão escritas lá.

Mas o que quero ressaltar aqui é a leitura ao pé da letra da Bíblia, que a notícia quer focar. Li toda a notícia, e gostei da conclusão de que não se deve ler a Sagrada Escritura ao pé da letra, até porque tem livros que foram escritos há 3 ou 4 mil anos antes de Cristo. Só pode ser brincadeira o cara ler ao pé da letra hoje. Se na época de Jesus já não se podia ler ao pé da letra, imagine hoje. Tem posts meus, aqui nesse blog, que usam a linguagem de hoje, mas mesmo assim não podem ser lidos ao pé da letra, pois fiz questão de escrever com símbolos, imagina algo escrito há 5 mil anos atrás, em outro contexto e época?

Podemos ver isso em At 8, 30 - 31: "Filipe aproximou-se e ouviu que o eunuco lia o profeta Isaías, e perguntou-lhe: Porventura entendes o que estás lendo? Respondeu-lhe: Como é que posso, se não há alguém que mo explique? E rogou a Filipe que subisse e se sentasse junto dele". Ou ainda na carta de Pedro em II Pe 3, 16 quando ele fala dos escritos de São Paulo: "Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras". E continua explicando como devemos fazer nos versículos 17 e 18: "Vós, pois, caríssimos, advertidos de antemão, tomai cuidado para que não caiais da vossa firmeza, levados pelo erro destes homens ímpios. Mas crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele a glória agora e eternamente". Devemos sempre lembrar o que Pedro falou em II Pe 1, 20: "Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal".

Só um detalhe que achei que foi mal colocado na notícia foi quando o autor fala que os cristãos ignoram muito do antigo testamento. Pelo menos os católicos não ignoram o antigo testamento, pois o antigo testamento explica e prepara para a vinda de Jeus. Nós dizemos que o antigo testamento deu ao novo testamento o seu lugar, mas não ignoramos ele. Até porque muita coisa que Jesus fala só entendemos depois que lemos o antigo testamento. Um exemplo simples é quando Jesus tá na cruz e fala: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?", o entendimento disso sozinho é uma coisa, mas quando lemos o Salmo 21, que foi escrito há uma porrada de anos antes de Jesus, entendemos outra coisa desse momento de Jesus na Cruz.

Agora o tal do Jacob foi mala. Não era pra ter interpretação do rabino lá, não. Num era pra ser ao pé da letra? Deu uma escapada da mutilação da mulher e da dele também, pois no que tange aos pecados dele, ele deveria arrancar o olho ou cortar a mão. Quando o negócio apertou, num instante veio a interpretação, né? Bonito demais. :)

Pelo menos o cara conclui dizendo que a Bíblia mudou a vida dele. :)

Por fim, repito o que sempre digo: A gente só ama aquilo o que a gente conhece. Não dá pra amar o que a gente não conhece. Aí complica!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A fama da morte

Não sei de onde vem essa idéia do ser humano ser valorizado depois da morte. Talvez seja a vontade do homem de eternizar as coisas e as pessoas. Talvez seja saudade do Eterno.

Mas enfim, Biografia de Steve Jobs (que ainda vai chegar em Novembro nos EUA) teve aumento de 42.000% nas vendas. O que leva um livro sair da posição 424 para a posição 1, na maior loja online do mundo, a Amazon? Do dia pra a noite: POW. Steve Jobs estava doente, isso todos sabem, mas bastou ele fechar os olhos para esse mundo que o livro de Walter Isaacson sofreu uma alteração mais que exponencial de solicitações de compras por parte de amantes, curiosos, críticos da figura de Steve. Link da notícia aqui.

Aconteceu isso também com Michael Jackson, que tinha músicas ainda não gravadas. Ayrton Senna também não ficou de fora. Bastou ele morrer no acidente que era capacete pra cá, livros pra lá, ... Sem mencionar das histórias de pintores que ficaram famosos depois de suas mortes.

Fico me questoinando se esse comportamento súbto de exaltação às pessoas que morreram é algo salutar ou não. Se por um lado o legado dessa pessoa é algo bom para os que ficam por aqui, por outro lado passa a idéia de que para ser famoso é preciso morrer. Aquelas almas carentes de amor e que buscam, sem perceber, se alimentar de fama e sucesso, ao invés do amor, podem receber a mensagem de que na hora em que elas morrerem, sua alma será preenchida com essa necessidade.

No caso daquele jovem que entrou na escola do Rio de Janeiro e atirou nas crianças e depois se matou, uma psicóloga falava que de tanto a imprensa focar no assassino, a mensagem que poderia passar para essas pessoas era a de "seu eu quero chamar a atenção então eu faço isso". E ela chamava a imprensa a focar nos policiais que acertaram o jovem. Não consegui achar o vídeo dessa psicóloga falando, mas se alguém achar, pode postar aqui.

Eu sei que são dois casos diferentes, mas minha questão não é sobre os casos em si, mas como as pessoas se comportam diante desses casos.

Enfim, não sei o que tem de ruim e de bom nesse comportamento, os pscólogos amigos me ajudem a responder, mas posso dizer que um comportamento interessante seria o de valorizar quem nós temos desde agora. Isso não impede de continuar dando valor depois da morte, mas comecemos agora. Se você tem alguém: pai, mãe, irmãos, parentes, namorada, noiva, esposa, amigos, colegas, ...; busque valorizar o que essa pessoa É para você, e não o que ela TEM ou FEZ para você. Diga pra ela que ela tem valor pra você, valorize-a, e não espere a irmã morte vir dar seu abraço acolhedor nessa pessoa, para só assim você reconhecer o valor que essa pessoa tem.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Você é influenciável, sim!

Ao som de Cidade Negra (Fique sentado na frente da TV. Não faça força pra tentar entender. A intenção é esconder de você o que é fácil de ver) e de Titãs (A Televisão me deixou burro, muito burro demais) começo esse post com uma frase que já ouvi bastante por aí na rede: "A televisão não me influencia em nada".

Há muito tempo falo que: "Onde formos, seremos influenciados positiva ou negativamente". Rapaz, enquanto seu corpo estiver recebendo estímulos do mundo (seja acordado, seja dormindo), você está sendo influenciado positiva ou negativamente.

Certa vez, numa lista de comentários sobre um jogo, alguém disse que não era um jogo violento que iria fazer dele uma pessoa violenta. Não necessariamente, isso vai depender de como ele vai reagir aos estímulos, às influências, que o jogo vai promover nele. Mas que o jogo, a televisão, o trânsito, o computador, gadgets, uma praia bonita, religião, uma mulher bonita, uma mulher feia, um barulho alto, uma bela música, um perfume forte, um perfume fraco, um filé à parmegiana, ..., tudo influencia o ser humano. Recebeu estímulo, recebeu influência. Agora o que fazer, como reagir, a esse estímulo, aí é outra história. Vou comungar ou não com o estímulo?

Novamente reforço, a influência pode ser positiva ou negativa.

Ah! Você é um cara de TI e vem falar de influência, televisão, cérebro, e essas coisas? Dá um tempo!

Tá bom, vou calar-me e dar espaço ao psiquiatra Ian Cook chefe da pesquisa "Regional brain activation with advertising images", que diz que "Os resultados mostram que alguns publicitários, em vez de persuadir, querem seduzir os consumidores a comprar os produtos". Enfim, dá uma lida na notícia "Propagandas podem seduzir o cérebro, diz estudo" que menciona esse estudo e se quiser dar uma espiada na pesquisa do dr. Cook, você acha fácil no Google.

Terminei o texto agora e tô pensando num título que chame sua atenção, e não tenho dúvidas de que muitos chegarão a esse texto por influência do título: pronto, influenciei alguém. ;)

[]'s
Emerson de Lira Espínola
 

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Apascenta as minhas ovelhas

Certa vez sofri uma pequena perseguição religiosa. Digo que foi pequena por compará-la com as grandes perseguições que a Igreja sofre nesse mundo. Mas o fato é que fiquei extremamente chateado com algumas pessoas de cabeça fechada (como eu as chamava) e que procuravam mais falar mal do que conhecer a Igreja e sua história.

Estava bem chateado com essas pessoas, por ver tremenda ignorância da parte delas. Pensava comigo em dar uma resposta daquelas que derruba até avião, mas imediatamente me vinha à mente as palavras do Senhor dizendo: "Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer" (Mt 10, 19). Me indignava cada vez mais com a ignorância religiosa delas. Argumentos que pareciam ser os melhores do mundo para eles, mas para mim eram os mais ignorantes possíveis. Pensava comigo: "Como alguém já nessa idade consegue ser tão ignorante nesse assunto? Hoje com tantas possibilidades para aprender, como alguém se comportar como aquelas da época em que nem havia livro?". Mas me vinha à mente as palavras de Tiago e João: "Senhor, queres que mandemos que desça fogo do céu e os consuma?" (Lc 9, 54) e em seguida as palavras do Senhor dizendo: "Jesus voltou-se e repreendeu-os severamente. Não sabeis de que espírito sois animados." (Lc 9, 55). Fiquei sem saída, pois não conseguia entender porque o Senhor deixava essas coisas acontecerem. O orgulho de estar com Jesus e não ser recebido na "cidade" (coração deles) me subiu à cabeça de forma que me sentia como Tiago e João: melhor que eles.

Até que fui participar do Cerco de Jericó que a Comunidade Católica Nova Berith (da qual faço parte) estava realizando nos dias 5 a 11 de Agosto de 2011. Fui, mas não levei comigo essa chateação e raiva, pois tinha deixado tudo no ralo do chuveiro em casa, diante do Senhor. Fui com o foco no Cerco. Ao chegar o momento de partilhar alguma palavra, visualização, sentimento, ..., falei o seguinte: "Gostaria de partilhar algo que senti para mim, embora sirva para a Comunidade toda, mas senti especificamente para mim. Senti Deus me dando uma graça de quebrar meu orgulho, pois o momento em que estou vivendo hoje o orgulho se levantou". Pronto. Só falei isso. Nenhum dos que estavam ali sabiam do que se passava comigo. Aliás, só minha esposa que estava em casa dormindo é que sabia. Foi quando um dos irmãos que estava lá falou: "Emerson, enquanto você partilhava, eu sentia uma palavra de Deus para você. Ele dizia 'Apascenta as minhas ovelhas'. Algo para você evangelizar com muita calma e paz. Não sei se isso tem algo a ver com o que você partilhou, mas foi isso o que senti". Simplesmente respondi: "Tem tudo a ver, irmão". Diga-se de passagem, essa palavra já me foi dita outras vezes na minha vida, sobretudo no que tange ao ambiente familiar.

E naquele momento aproveitei o silêncio oportuno para experimentar o Amor de Deus por mim e por esses que me perseguiam. Apascentar significa alimentar. E mergulhei no saboroso Amor de Deus que me pedia para alimentar aqueles que têm fome. Me perseguiam por que tinham fome. E mais, teria que os alimentar com calma e paz. Nada de raiva nem de orgulho. Essa é a resposta de Deus à violência: o Amor. "Senhor, quer que eu peça que caia fogo do céu pra queimá-los todos? Para queimar todos os que não te aceitam como Salvador e Senhor? (Como se um dia eu nunca estivesse do lado deles)". E a resposta do Senhor é: "Apascenta as minhas ovelhas com calma e paz".

Se você estiver em alguma situação parecida, se tem alguém perto de você que está te fazendo algum mal, seja por palavras, seja por atitudes, desejo-te essa mesma graça que recebi de Deus. A graça de quebrar o orgulho e de alimentar as suas ovelhas. E se você não consegue essa disposição no coração, peça a Deus, pois a graça é Dele, a graça é Ele quem dá, não é mérito nosso esse tipo de coisa, não é mérito meu nem seu, mas é mérito de Deus que dá a graça SUFICIENTE para seu coração começar a bater com calma e paz, e estar disposto a alimentar essas ovelhas que O faz correr diariamente nos montes da perdição. Tudo o que você precisa fazer é dizer SIM à graça, o resto é com Deus.

Espero a partir de hoje não mais chamá-las de cabeça fechada, mas, sim, de ovelhas.

Peça um coração de pastor. Peça o coração do Bom Pastor.

"Dá-me um coração igual ao Teu, meu Mestre.
Dá-me um coração igual ao Teu.
Coração disposto a obedecer, cumprir todo Teu querer.
Dá-me um coração igual ao Teu
".

Boas orações.

Emerson de Lira Espínola
 


segunda-feira, 25 de julho de 2011

Superar-se com a ajuda de Deus

Caso queira ouvir o podcast desse post, clique aqui.

Um dia Jesus chegou pra mim e disse:

- Filho, tive uma idéia!
- Qual?
- Você vai subir mais um degrau na sua vida.
- Coisa boa! Como?
- Você vai fazer um novo sistema, numa nova tecnologia.
- Mas Jesus, eu não sei e nem conheço essa nova tecnologia.
- Aprende.
- Mas Jesus o que eu conheço já dá pra fazer muita coisa desse sistema. Não tem pra que eu aprender algo novo. O que eu já sei já é mais que suficiente.
- Nem sempre o que a gente sabe é o que a gente precisa para viver.
- Mas se eu falhar? Tenho medo.
- Esse medo que você tem de andar por caminhos novos e incertos é o maior problema. Mas saiba que esses caminhos vão agregar mais ainda ao que você já sabe e conhece.
- É verdade.
- Não se preocupe, filho. Vou te ajudar. Vou te animar e te dar forças para você superar mais essa barreira, vou iluminar cada passo teu para que você não ande na escuridão sem rumo. Além do que ao final de tudo, vencer o medo é o mais importante.
- Obrigado, Senhor.
- Não temas, pois eu estou contigo. Eu te conheço e sei até onde você pode ir.
- Então segura a minha mão.
- Agora!

Decidi seguir nessa nova jornada na minha vida, e depois de vencer aquele medo específico, cheguei ao degrau que Jesus queria me levar. E lá conversamos.

- Obrigado, Jesus, por me fazer alcançar mais esse degrau na minha vida. Graças a Ti, consegui.
- Num te disse? - Fala Ele sorrindo.
- O Senhor foi fiel em tudo o que me disse: me animou, me deu forças, iluminou meus passos, e não lagou da minha mão em nenhum momento. Só tem uma coisa que eu queria dizer.
- Diga.
- Que trajeto cansativo, Jesus.

Ele sorriu e eu continuei.

- Tô botando a língua pra fora de tão cansado que fiquei.
- Então descanse. Você vai precisar.
- Por quê?

E com suas duas mãos nos meus ombros, e olhando em meus olhos com muito Amor, Ele me falou:

- É que eu tive outra idéia.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Deus no nosso trabalho

Já ouvi, mais de uma vez, gente falar que Deus não se mete no nosso cotidiano, que Deus só está na Igreja, que Deus não permeia nada no meu dia-a-dia, que é Deus lá e eu cá. Isso nos leva ao raciocínio de que Deus só tem a ver dentro da Igreja nas orações, e que não tem, e pior ainda, nem deve ter, nada a ver com o meu dia-a-dia.

Será que Deus é assim mesmo? Será que Ele somente nos instue dentro das paredes da Igreja? Será que o Deus Todo-Poderoso não tem instruções para a minha vida no mundo dos mortais? E no mundo corporativo, das indústrias, das empresas, do bater o ponto, de reuniões, viagens de negócios, etc, será que Ele não tem nada pra me dizer, me instruir, me educar?

Bem, São Paulo em sua carta aos Efésios não concorda com essa pensamento. Vejamos Ef 6, 5 - 8: "Servos, obedecei aos vossos senhores temporais, com temor e solicitude, de coração sincero, como a Cristo, não por mera ostentação, só para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, que fazem de bom grado a vontade de Deus. Servi com dedicação, como servos do Senhor e não dos homens. E estai certos de que cada um receberá do Senhor a recompensa do bem que tiver feito, quer seja escravo quer livre".

Nosso convite nesse mundo é de servir como se estivéssemos servindo a Cristo. E a ordem de "obedecer" vem seguida de uma promessa: a "recompensa".

Deus que tudo vê, nos ajude a sermos mais Cristãos dentro do nosso trabalho na obediência às nossas lideranças.

Ahhh! Ia me esquecendo. Tem um recadinho também para os líderes, chefes, bosses, dirigentes, ..., enfim, "senhores temporais". São Paulo continua a carta, no versículo 9, dirigindo-se a eles: "Senhores, procedei também assim com os servos. Deixai as ameaças. E tende em conta que o Senhor está no céu, Senhor tanto deles como vosso, que não faz distinção de pessoas".

Senhores temporais, assim como o Senhor não façam distinção de pessoas e as tratem bem. Ameaças não ajudam.

Termino dizendo o que já falei aqui outra vez: "Onde tem gente, Deus tem a ver".

terça-feira, 5 de julho de 2011

Cristão Light

Hoje em dia vemos muitos que se dizem cristãos mas não buscam acompanhar, seguir, nem imitar Aquele que é a razão pela qual eles carregam esse nome de cristãos: Jesus Cristo. São os chamados Cristãos Light.

São Paulo nos diz: "Por isso, a criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus" (Rm 8, 19). O mundo aí fora espera um testemunho, espera que você cristão mostre que é possível seguir Jesus Cristo, mesmo que você leve tombos, mesmo que você sinta dores. O testemunho que o mundo espera de você é o de que Cristo te levanta em todos os teus tombos, e que Ele alivia o peso da sua cruz, unindo-Se à você em suas dores.

Nessa manifestação vemos claramente algo diferente. Vemos que o testemunho que o mundo espera do cristão é diferente daquele que o próprio mundo pratica: perdão ao invés de olho-por-olho, humildade ao invés de orgulho, castidade ao invés da luxúria, paz ao invés da guerra, alegria ao invés da tristeza, ...

O cristão se torna consagrado a Deus no seu batismo. Consagrado quer dizer separado. Deus, desde o antigo testamento, mostrou ao seu povo que Ele queria um povo separado dos outros, um povo que fosse Dele: "porque és um povo consagrado ao Senhor, teu Deus, o qual te escolheu para seres o seu povo, sua propriedade exclusiva, entre todas as outras nações da terra" (Dt 7, 6). O cristão é separado do mundo, é chamado a ser diferente, a não se comportar como o mundo, mas "ser imitador de Deus, como filho muito amado" (Ef 5, 1): "Quando tiveres entrado na terra que o Senhor, teu Deus, te dá, não te porás a imitar as práticas abomináveis da gente daquele terra" (Dt 18, 9). O cristão vive no mundo, mas não pertence a ele.

E já que vive o no mundo, o que fazer? São Paulo nos ajuda a responder essa pergunta: "Não vos conformeis com este mundo" (Rm 12, 2). O que é conformar? Conformar é estar em conformidade? E o que é estar em conformidade? É estar na mesma forma, no mesmo formato, no mesmo shape. As pessoas que te olham, vêem que você tem o mesmo formato delas ou vêem que o seu formato é diferente? Será que você está igualzinho àqueles que estão num formato diferente do de Deus? Será que você está light?

São Paulo advertia a comunidade de Éfeso para colocá-la no mesmo formato de Deus: "Quanto à fornicação, à impureza, sob qualquer forma, ou à avareza, que disto nem se faça menção entre vós, como convém a santos" (Ef 5, 3), ou ainda "Nada de obscenidades, de conversas tolas ou levianas, porque tais coisas não convêm; em vez disto, ações de graças" (Ef 5, 4). Podemos dizer que São Paulo parafraseou a advertência de Deus ao povo de Israel: "Não imitem os outros povos, não imitem o mundo, porque vocês são um povo consagrado, separado para Deus". Quantas vezes vemos cristãos fazendo justamente o contrário da exortação de São Paulo? São cristãos light.

E agora? Será o fim ver cristãos se moldando ao mundo? Será que é o momento de perder a esperança? Longe disso! Deus não está parado vendo a desgraça chegar. Deus age no mundo e vai afastando a desgraça com a sua graça. Consolemos-nos nas palavras de Jesus: "Mas ele lhes disse: Meu Pai continua agindo até agora, e eu ajo também" (Jo 5, 17). Jesus disse isso após ser perseguido pelos judeus por ter curado um homem num dia de sábado.

Seguir Jesus Cristo, ouvir seus ensinamentos e pô-los em prática não é uma tarefa trivial, "entretanto, aquele que perseverar até o fim será salvo" (Mt 24, 13). Busquemos perseverar até o fim, pois é possível. E é possível porque Deus dá a graça, Deus age e continua agindo.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Vai entender o ser humano

O povo tá detonando essa Rebecca Black, não sei por quê.

O que ela tem de diferente de muitos outros que o mesmo povo idolatra, como por exemplo Justin Bieber?

Domingo no fantástico pegaram alguns famosos pra fazerem críticas à música dela. Um pagodeiro ironizou sobre a letra da música da senhorita Black. De fato, não ouvi toda ainda, pois o youtube tá carregando :), mas do que eu já ouvi a letra da música é uma leseira mesmo.

Mas pergunto... A letra desse pagodeiro é uma maravilha? Sinceramente falando, só muda o tema.

Fico pensando o que seria de James Brown se ele tivesse começado com a sua música extremamente dançante (diga-se de passagem): I feel good. Será que ele faria o sucesso todo que fez? Porque a letra dessa música é pior do que a de Rebecca.

Esse caso de Rebecca só mostra como o fator social é grande nos tempos atuais. Funciona com um efeito cascata: um não gosta aí o outro deixa de gostar porque o primeiro não gostou e por aí vai.

Se fosse Justin Bieber gravando essa música, penso que Friday (como é chamada) seria bem mais querida do que é hoje.

Vai entender o ser humano.

quinta-feira, 17 de março de 2011

O que queres que eu te faça?

"O que queres que eu te faça?" (Lc 18, 41a)

Nós não precisamos ser Deus para saber o que uma pessoa cega, chamando constantemente nosso nome, quer de nós. É claro que o cego quer recuperar a visão. Mas nós precisamos da ajuda de Deus para entender melhor Sua pergunta:  "O que queres que eu te faça?".

Essa pergunta tem um efeito pedagógico nas nossas vidas: Descobrir o que nós queremos. Nós queremos muitas e muitas coisas, mas nem todas são boas para nós. Algumas, nós nem sabemos que são más, já outras nós sabemos.

Essa pergunta nos faz pensar sobre o que realmente vale para nós, sobre o que é realmente importante para nós. Nós precisamos ser fortes para reconhecer e deixar que essas coisas más se afastem dos nossos pensamentos, das nossas vidas.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Balaio de Gerações

Empresas dos dias de hoje estão tendo que dar seus pulos para lidar com os choques entre gerações que trabalham juntas.

Antigamente o período de uma geração era considerado de 25 anos, que era em média a diferença de idade entre os filhos e os pais. Hoje as coisas mudaram e já se pode ver uma mudança de geração a cada 10 anos. E diga-se de passagem: a tecnologia tem um papel fundamental nessa aceleração.

Se a cada 10 anos tem uma geração nova, então mais gerações distintas estão nos ambientes cooporativos. Resumidamente temos as seguintes gerações:

  • Baby Boomers: Pessoal da época do fim da segunda guerra mundial, que veste a camisa da empresa em que trabalha e busca reconhecimento do seu trabalho no tempo que tem "de casa". Eles buscam realização pessoal no trabalho.
  • Geração X: Pessoal de meados dos anos 60 a meados dos anos 80. Trabalha mais para ter mais dinheiro para o caso de uma crise acontecer. Apegado a títulos, cargos, gosta de deixar claro a posição que tá, pra ele é um mérito de muito esforço que ele teve. Tem um pouco mais de resitência à tecnologia e à forma de trabalhar, não acha que a inovação é a última coca-cola quente do deserto.
  • Geração Y: Pessoal de meados dos anos 80 até 2000. Essa turma é mais voltada pra si. O trabalho é um meio para alcançarem o prazer da vida. Eles não querem esperar para subir na carreira, ao contrário querem subir constantemente e rapidamente. Eles têm menos de 30 anos e têm pressa para conseguir reconhecimento e crescimento profissional e que mudam de emprego com facilidade quando não estao satisfeitos.
  • Geração Z: Essa é a geração mais agoniada possível. De meados dos anos 90 aos dias de hoje, eles querem tudo pra JÁ. Não suportam esperar nada. Não aguentam ver lerdeza ao redor deles. Na prática muitos deles ainda não estão no mercado de trabalho, mas é uma questão de tempo para as empresas recebê-los em massa.
Estava vendo essas gerações na série especiel do Jornal da Globo sobre Gerações. Os vídeos você pode encontrar aqui no Youtube:

Parte 1: http://goo.gl/FCwsO
Parte 2: http://goo.gl/dVfYt
Parte 3: http://goo.gl/tLO1r
Parte 4: http://goo.gl/Eu3yl
Parte 5: http://goo.gl/0EO3q

No final da série, conclui-se que a empresa do futuro será aquela que conseguir gerenciar esse "balaio" de gerações, como todos os seus embates e atritos.

Eu, porém, penso que não basta gerenciar gerações, mas a empresa que conseguir fazer com que cada geração aprenda com a outra, essa será a empresa do futuro. Ou seja, será uma empresa em constante mudança, pois sempre que aprendemos, nós mudamos. O profissional do futuro será aquele que aprende a aprender. Aquele que aprende e não muda nunca em nada, será irrelevante.

Mas não basta dizer que precisamos mudar. Isso é teoria. Na prática nós queremos achar um ponto de descanso, uma zona de conforto, onde a gente possa repousar. Mas a mudança exige abandonar essa zona de conforto e partir para o novo.

Então o que fazer diante dessa barreira psico-emocional? Deus é a resposta. Deus pode transformar a face da Terra. Ele é o apoio que devemos subir para sairmos da zona de conforto. Ele é quem nos ensina a aprender a aprender. Uma história simples, mas que mostra isso é quando Deus pede para Abraão sair da terra dele e ir para uma terra que Ele ainda vai dizer. Fazendo uma analogia, Abraão seria um Baby Boomer. Velho, e valorizando a terra que tinha (naquela época a terra era algo de extremo valor para alguém), recebe o chamado para deixar essa terra e partir para outra que Deus ainda ia lhe dizer. Detalhe, Deus não tinha dito ainda onde era essa terra, mas Ele ainda ia dizer. Então Abraão despojado do apego à sua terra, ouviu a voz de Deus e deu no que deu, né? Pai de três grandes religiões, se não tivesse sido movido por Deus teria morrido como um simples velho na sua terra.

Consegue ver que se nós não formos como Abraão e não deixarmos Deus nos mover, nosso futuro profissional estará comprometido.

O que tem a ver Deus com mundo coorporativo? TUDO!
Onde tem gente, Deus tem a ver.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Catequizando Hamurabi

Depois de me deparar com várias situações do dia-a-dia que causaram revolta, indignação e desejo de matar em algumas pessoas, vi que seria necessário escrever um pouco sobre esse sentimento de vingança que vem de mais de 1700 anos antes de Cristo.

Na verdade vem desde de antes, mas estou tomando o Código de Hamurabi como referência. Muitos resquícios da Lei de Talião ainda permeiam, residem e animam nossos corações assim como fizeram com o de Hamurabi.

Mas vamos deixar de conversa e vamos ao desafio de Catequizar o rapaz chamado Hamurabi.

Catequista: Olá, Hamurabi.
Hamurabi: Olá.
C: Tudo bom com você?
H: Depende.
C: Depende de que?
H: Depende de como estão meus inimigos ou aqueles que me fizeram mal.
C: Como assim?
H: Se eles estiverem mal, eu estou bem. Se eles estiverem bem, eu estou mal.
C: Ai, meu Jesus!
H: Quem?
C: Jesus.
H: Quem é esse?
C: Já já chego Nele.
H: Ok. O que te trouxe até aqui?
C: Olha, andei lendo o código de lei que você escreveu há um tempão.
H: Gostou? Perfeito, né?
C: Pra ser sincero, não gostei não.
H: Como não gostou? Um negócio perfeito daquele, sem erros, ideal para todos viverem bem.
C: Discordo. Veja bem... Do total de 282 pontos, tiramos 1 que é o ponto de número 13 (supesticioso você, né?), tiramos 34 que não foram possíveis aparecer na transcrição da pedra, restam 247 (muitos inspirados na Lei de Talião).
H: E?
C: E que 45 desses pontos, ou seja mais que 18%, referem-se de alguma forma a atentados contra a vida humana. Desses 45 pontos, 14 são mutilações físicas, 4 são relacionados à afogamento, 2 a queimar no fogo e 25 (mais de 12%) são condenações à morte. Não estou contanto aqui com os pontos aos quais se referem à penalidades materiais, mas à penalidades contra a vida.
H: E o que há de errado com isso? Tem que ser assim mesmo! "Aqui se faz. Aqui se paga". Tá pensando o que?! Tem justiça melhor do que essa? Tem que mandar matar tudinho. Gente ruim só presta morta. O camarada pensa duas vezes antes de fazer. Num é assim, não. Tá pensando que pode sair por aí, passando por cima da libertade dos outros? Roubando, matando, ... Por mim, se eu pudesse descobrir de antemão os safados do mundo inteiro, eu pegava tudinho e matava um por um, e lentamente que era pra os próximos ficarem mais aterrorizados ainda. Tem que pagar na mesma moeda.
C: Então você quer vencer o terror com terror?
H: Comigo é assim: bateu, levou.
C: Já pensou em dar a chance ao infrator, ou como você chama: a essa gente ruim, de se arrepender?
H: Essa gente ruim não tem jeito! Nunca vão mudar!
C: Você já se arrependeu de alguma coisa na sua vida?
H: Não. Eu não me arrependo de nada!
C: Pense direito.
H: Huuummm! É acho que de uma coisa ou outra eu me arrependo.
C: Pois bem. Já pensou que qualquer um, inclusive essa gente ruim que não tem jeito, pode um dia se arrepender de alguma coisa?
H: Como, meu amigo? Se eles não têm jeito?
C: Você acredita que Deus acredita e espera o arrependimento desses que não têm jeito?
H: Deus?! É capaz dEle ser mais rigoroso do que eu na Sua justiça.
C: Lembra que eu falei num nome agora a pouco?
H: Sim. Jesus.
C: Isso. Jesus é o Filho de Deus que nasceu há muito tempo, e veio mostrar a face amorosa de Deus para o mundo.
H: Então ele deve ter descido o chicote nesses infratores safados, ladrões covardes, assassinos podres, cobradores de impostos filhos de uma p*&$, vermes sujos, doentes viciados, etc.
C: Não.
H: Como não?! Ele veio mostrar a justiça de Deus para o mundo, não foi?
C: Foi.
H: E se não foi isso, o que ele mostrou?
C: Jesus contou essa história para que o povo entendesse: Um homem tinha dois filhos. O mais moço foi embora com sua parte da herança...
H: Sem o pai ter morrido?!
C: Sim.
H: É um bastardo mesmo. Safado. Merecia ter as mãos arrancadas ou umas chicotadas no mínimo.
C: Calma. Daí ele foi gastou todo o dinheiro e passou fome. Foi trabalhar alimentando porcos, mas nem a comida dos porcos ele podia comer. Então ele SE ARREPENDEU, e pensou em voltar para a casa do pai dele, mas não pensou em voltar como filho...
H: Pois tinha sido um canalha!
C: Isso. Daí ele pensou em voltar como escravo do pai.
H: Era o mínimo que esse sem vergonha poderia fazer.
C: Pois bem. Nesse ponto você contempla a idéia de justiça que esse filho tinha. Ele não se achava digno, não tinha a cara de pau de voltar a ser filho, o que ele achava justo, CASO O PAI ACEITASSE, seria ser escravo.
H: Concordo com ele, mas só depois de umas porradinhas.
C: Tá certo. Agora vamos ver a continuação da história e ver se a noção de justiça do pai é a mesma do filho e consequentemente da sua.
H: Diz aí.
C: O filho mais novo volta pra casa e no caminho o pai o vê.
H: Se levanta e bate a porta na cara dele. Era o que eu faria. :)
C: Não. Ele corre na direção do filho, abraça-o, beija-o, coloca um anel no seu dedo, vestes novas, mata um novilho gordo e faz uma festa.
H: Hã?!
C: O filho mais novo não era justo daquilo, mas o pai o fez justo de merecer todo aquele cuidado. Elevou-o para o nível de justo de merecimento da festa.
H: Hã?!
C: O filho mais novo merecia a festa?
H: Não.
C: Mas se ele não tivesse cometido nenhuma falta ou transgressão, ele mereceria?
H: Sim.
C: Pois bem, o filho arrependeu-se, o pai perdoou-lhe as faltas, e elevou o filho ao status de zero faltas cometidas, logo, merecedor da festa.
H: Hã?!
C: E quando o filho mais velho (aquele que não cometeu nenhuma falta, nem transgrediu nenhuma ordem do pai) voltou do campo e viu toda a festa ele não quis entrar na casa, pois sabia que o irmão tinha voltado.
H: Também! O menino apronta tudo, volta e recebe uma festa.
C: Não é isso, Hamurabi. Você tá pensando feito o irmão mais velho. Ele não aprontou tudo e voltou de cara lavada, mas ele se arrependeu dos erros.
H: Certo. E o pai? Tô curioso pra saber o que o pai fez.
C: O pai convidou o mais velho para entrar e disse para ele se alegrar, pois o irmão estava como morto, mas tinha retornado à vida. E disse ainda: "meu filho, tudo o que é meu é teu".
H: Hã?! Isso é a justiça de Deus que Jesus veio mostrar?
C: Sim. E digo mais, Jesus contou essa história no momento em que os fariseus estavam condenando ele, porque ele comia e bebia (ou seja, fazia festa) com os pecadores.
H: Quer dizer que quem tava errado, o pai recebeu de braços abertos?
C: Sim.
H: E o que tava certo, quando viu isso agiu errado?
C: Sim.
H: E mesmo assim o pai disse que tudo o que era dele era do filho?
C: Sim.
H: Danou-se.
C: É um amor imenso, Hamurabi. Infinito. Não podemos calcular a largura, altura e profundidade desse amor. Ele chamou os dois de filho.
H: Conte-me mais histórias desse Jesus.
C: Certa vez uma mulher que era tida como PECADORA na cidade se debruçou sobre os pés de Jesus e chorou, chorou, chorou e chorou, beijava os pés de Jesus, e enxugava os pés com seus cabelos.
H: E Jesus deixou essa vadia nojenta tocar nele?
C: Sim. E ainda falou para o fariseu que pensou a mesma coisa que você: "A quem muito se perdoa, demonstra muito amor". Ou seja, a mulher demonstrou muito amor, pois arrependida dos pecados, recebeu o perdão de Jesus que disse: "Teus pecados estão perdoados".
H: Que é isso?! Pela mãe do guarda! Ele perdoou ela também?
C: Sim.
H: Hã?!
C: Outra vez, levaram até ele uma mulher que foi pega em flagrante no adultério.
H: Ahhh. Essa sim levou uma "cipuada", num levou não? Ou pelo menos foi jogada ao rio com uma pedra no pescoço.
C: Não. Jesus olhou pro povo que estava prestes a matá-la apedrejada...
H: Eu estaria no meio desse povo.
C: Acredito. Mas continuando... Olhou pro povo e disse: "Quem não tiver pecados, atire a primeira pedra".
H: Eu seria o primeiro.
C: Você não tem pecados?
H: Eu não.
C: Pense direito.
H: Tá bom, eu tenho. Certo, mas e aí? Alguém jogou?
C: Começando pelos mais velhos até os mais jovens, cada um foi soltando a pedra no chão.
H: É. Depois dessa, até eu soltaria.
C: Detalhe... Jesus era o único ali que poderia jogar a pedra, pois não tinha pecados.
H: Pelo menos ele jogou, né?
C: Não. Ele olhou pra mulher e disse: "Eu não te condeno. Vai e não tornes a pecar".
H: Hã?!
C: Outra vez...
H: Mais histórias?
C: Sim. Outra vez ele ia caminhando com seus discípulos e foram impedidos de entrar numa cidade. Então um discípulo chegou pra ele e perguntou: "Mestre, o senhor quer que eu mande fogo descer do céu e queimar essa cidade?".
H: Justo.
C: Nem de longe. Jesus olhou pra ele e disse: "Você não sabe por qual espírito você está sendo animado".
H: Esse espírito de vingança não era bom?
C: Nãnãninãnão.
H: Supletivo! Supletivo!
C: Outra vez um dos seus discípulos pegou a espada para defender o próprio Jesus que ia ser preso.
H: Preso?! O que ele fez pra ser preso?
C: Amou e fez o bem.
H: Sem comentários. Continua.
C: Daí Pedro, seu discípulo, pegou a espada e cortou a orelha do soldado. Então Jesus se voltou pra ele e disse: "Guarda essa espada, Pedro, porque quem vive pela espada, vai perecer por ela".
H: Ele era totalmente da paz. Nada de violência. Nada de revidar. Nada de pagar o mal, com o mal.
C: E digo mais... Pegou a orelha do soldado e colocou no lugar.
H: Aí é demais! Uma coisa é não fazer o mal e não revidar, mas fazer o bem a quem te faz o mal?! Pera aí, meu amigo. Tá com a gota. Ele colocou a orelha de volta? Nããã! É amor demais numa pessoa só.
C: Numa pessoa que é Deus ao mesmo tempo. Ele mesmo disse: "Quem me vê, vê o Pai", "Eu e o Pai somos um".
H: Pausa para processar.

3 min depois.

H: Continue.
C: Pois bem. Daí na prisão açoitaram ele até dizer chega, e depois foram crucificá-lo.
H: Ô gente ruim. Fazendo o mal a quem faz o bem. Merecia tudo morrer no fogo!
C: Também acho, mas Jesus não acha assim, não. Ele veio justamente para nos salvar desse fogo, para nos livrar da morte, para nos mostrar o caminho da salvação, o caminho que leva ao Pai do céu.
H: Continue, mas devagar. É demais para minha cabeça.
C: Daí, depois de açoitado e levado para morrer na cruz...
H: Cruz?! Uma das piores mortes que tinha! Mortes para amaldiçoados!
C: Isso. Lá na cruz ele olhou pro céu e rezou: "Pai, perdoa-lhes, pois eles não sabem o que fazem".
H: Tá vendo que esse povo ruim não tem jeito? Fazendo tudo errado!
C: Tem jeito sim. A prova é o ladrão que foi crucificado com ele. Foram dois ladrões. Um amaldiçoou Jesus, o outro defendeu-o dizendo: "Cala a boca. Nós merecemos estar aqui, mas ele não".
H: Concordo.
C: Veja novamente a noção de justiça do ser humano que é totalmente diferente da noção de justiça de Deus. Para o ladrão era justo estar ali, mas para Deus estar ali era justificar (ou seja, tornar justo) absolutamente todas as pessoas do mundo.
H: Ai ai ai ai ai.
C: E pra você que acha que ninguém se arrepende, aí vai o fim da história do ladrão. Ele olhou pra Jesus e disse: "Senhor, lembra-te de mim, quando estiveres no paraíso".
H: Eu não pediria isso não. Não merecia.
C: O que foi que eu acabei de falar?
H: Tá certo! Entendi.
C: Jesus olhou pra ele e disse: "Ainda hoje estarás comigo no paraíso". Veja que o ladrão se arrependeu dos crimes que havia cometido, e Jesus o acolheu e o recebeu no paraíso.
H: Ou seja, até no final da vida, Jesus espera nossa mudança de vida, assim como o pai que esperava pelo filho mais novo na porta da casa, e quando ele chegou arrependido, ele perdoou-lhe os pecados e o recebeu com festa.
C: Demorou, mas captou.
H: Obrigado. :)
C: Depois disso Jesus morreu.
H: :(
C: Calma. Mas ressuscitou ao terceiro dia e está vivinho da silva do lado direito do Pai.
H: Pauleira esse Jesus.
C: Mas ao mesmo tempo ele está conosco. Toda hora. Todo instante. Todo lugar. E antes de subir para junto do Pai ele disse: "Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio de vós".
H: Gostei. Só amando pra fazer isso. Estou convencido de que o que eu escrevi no meu código e no meu coração estava errado. Foi totalmente do ponto de vista humano. Não procurei enxergar o humano com o olhar Divino, como Jesus fez.
C: Fico feliz por perceber isso.
H: Mas ainda não compreendo uma coisa. E os efeitos das faltas, transgressões, pecados das pessoas?
C: Como assim?
H: Elas vão causar danos em outras pessoas. Por que elas não mereceriam receber na mesma moeda?
C: O pecador terá que fazer o compromisso de não voltar a pecar. Lembra de Jesus falando: "Vai e não tornes a pecar"?
H: Sim.
C: E mais ainda ele pode e deve se comprometer em consertar o que puder o que seu erro bagunçou. De fato existem pecados que seus efeitos são devastadores, como é o caso da morte ou mutilação. Mas você tem que concordar que não é pagando na mesma moeda que vai desfazer os efeitos do pecado. Se eu atirar em você agora, você morre. Eu posso me arrepender de coração profundo, e Deus me perdoar, mas me matar não vai trazer sua vida de volta. Logo, concluimos que pagar na mesma moeda não resolve o problema da fragilidade humana. Os efeitos ficam, mas a humanidade avança e tem a oportunidade em Cristo Jesus de mudar de vida e diminuir os seus pecados.
H: Todos nós pecamos?
C: Todos somos devedores, pois pecamos. E digo mais nossa dívida é enorme. Jesus repetiu várias vezes que não "temos com o que pagar". Ora se não tenho como pagar a dívida, não há nada que eu faça que vai arrecadar dinheiro suficiente para pagar essa dívida. Só me resta o arrependimento. O perdão é Deus quem dá.
H: Sou capaz de dar perdão também?
C: Sim. Deus dá essa graça. Seu trabalho é só dizer "SIM. Eu quero perdoar!" e se esforçar para manter esse SIM aceso. O resto é Ele quem faz.
H: Então essa é a face de Deus que Jesus veio mostrar?
C: Sim. Na verdade Jesus mostrou muito mais, que nem eu nem você entendemos ainda. Mas isso foi só a ponta do iceberg do amor de Deus.
H: Quero mudar minha vida e meus pensamentos para ter a mesma vida e os mesmos pensamentos de Jesus Cristo.
C: Você leu isso em algum lugar?
H: Não.
C: :) É o Espírito Santo de Deus que Jesus enviou que está tocando o seu coração.
H: Espírito Santo?! Tem Deus que é o Pai, tem Jesus que é o Filho. E quem é esse Espírito Santo?
C: É o Espírito de Amor que provém do Pai e do Filho. Mas aí é assunto pra outra conversa.
H: Então como eu faço para me reunir com você em nome dele para que ele esteja no nosso meio?
C: Chega junto aqui. Agora faz assim comigo: "Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, Amém".

Existem muitos Hamurabis espalhados nesse mundo. Às vezes eles tomam uma parte do nosso coração e nos faz agir contrários ao amor de Deus. Se assim como eu, você tem restos de Hamurabi aí dentro do coração, busque o Amor de Deus. Peça que Ele coloque no seu coração o Seu olhar. E deixe que Ele vá aos poucos te transformando numa bela árvore, bem podada e cheia de frutos, que abriga passarinhos e alimenta quem necessita. Vingança nunca foi a resposta. Jesus tá aí pra provar isso.

Que essa sua nova vida se estenda a todos os lugares onde você for: casa, trabalho, colégio, farmárcia, universidade, lazer, ...

C: Tem alguém justo diante de Deus?
H: Sim.
C: Quem?
H: Todo aquele que se deixa ser justificado por Deus.
C: Bom garoto! :)

Amém.