domingo, 26 de setembro de 2010

Mundo Binário

Longe de dar uma aula de Lógica Booleana, esse post tem finalidade de deixar claro que o zero e o um fazem parte da vida de todo ser humano.

Há quem não goste muito de enxergar a vida como zero e um, certo e errado, preto e branco, ir ou não ir, ... Uma vez numa festa um rapaz que estava sentado à mesa falou que não gostava de um mundo só de certos e errados, e que a vida da pessoa era muito mais que isso. E ele continuou dizendo que o mundo, a vida, nossas decisões, não são só preto ou branco, e que entre essas duas cores existem várias tonalidades de cinza.

Entendi que a mensagem dele era que as pessoas precisavam enxergar pessoas como pessoas, e não julgá-las como certas e erradas por um certo moralismo. Por um lado o raciocínio dele está certíssimo, mas ele esquece-se de um detalhe importantíssimo: cada tonalidade de cinza que existe, só existe pois é formada de uma quantidade de preto mais uma quantidade de branco.

Como não tive a chance de falar-lhe disso naquele momento, gostaria de compartilhar com vocês isso: o cinza existe, mas é feito de preto e branco. Parafraseando minhas próprias palavras, a probabilidade que existe de um evento acontecer, deve-se a todos os SIMs e NÃOs que foram dados anteriormente.

É como uma árvore binária imensa (mas imensa mesmo) feita de zero e um, de certo e errado, de preto e branco, de sim e não, de ir e não ir, de bem e mal. Por isso repito que todas as nossas decisões são o que são por todas as decisões binárias que tomamos ao longo das nossas vidas.

Seu George Boole fez bem em representar os eventos do mundo inteiro em zero e um. Mesmo sendo impossível fazer, digamos, a engenharia reversa dessas decisões das nossas vidas, não podemos negar o fato de que dois caminhos sempre nos são apresentados. Você pode até pensar: "Ah, Emerson! Nem sempre são dois caminhos. Às vezes tem mais de uma escolha para a gente decidir". Concordo, mas para mim é fácil ver que para cada uma dessas n opções nós temos outras duas: direita e esquerda, sim e não, concordo e discordo, fazer e não fazer. Repito nossas vidas dependem das escolhas feitas em cada uma dessas opções. O mundo está mapeado numa imensa árvore binária de escolhas.

Pensemos nas nossas escolhas diárias, e vejamos para onde elas estão nos levando. Repito: o cinza existe, mas é feito de preto e branco.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Modelo Cascata de Trabalho

Ao contrário do que talvez você esteja pensando, eu não postei esse texto aqui para falar do Modelo Cascata de desenvolvimento de software que conhecemos dos livros, mas do Modelo Cascata que conhecemos na prática do dia-a-dia.

Que modelo é esse? É o Modelo Cascata de Trabalho. É um modelo muito antigo que visa beneficiar aquelas minorias da alta hierarquia de uma empresa (seja de software ou não) e explorar aquelas maiorias da baixa hierarquia. Seu funcionamento é bem fácil de entender.

Imagine a pirâmide que existe entre alta e baixa hierarquia (alta no topo e baixa no piso). Imagine a pirâmide bem formada (distribuída) conforme a figura abaixo:


Imagine que a água (Trabalhos) vai cair em cima dessa pirâmide. Perceba que o trabalho cai de forma distribuída em todos os níveis da pirâmide. Se a quantidade de trabalho aumentar, ele continua caindo distribuído, ou seja, aumenta pra todo mundo. Ou seja, cada um faz o trabalho que deve fazer.

Agora imagine se a alta hierarquia tira o corpo fora do trabalho que seria de responsabilidade dela, e deixa a pirâmide disforme como a figura a seguir:


Imagine novamente que a água (Trabalhos) vai cair em cima dessa pirâmide. Os que estão na base da pirâmide vão pegar a maior parte do trabalho, melhor dizendo, vão fazer o trabalho que outras pessoas (dos níveis acima) deveriam fazer. Ou seja, os de cima pegam o trabalho deles, fazem só uma pequena parte e deixam o resto para os níveis inferiores, resultando assim numa enxurrada de trabalho para os plebeus da base.

Aí está o Modelo Cascata de Trabalho. É uma cascata de trabalho. Trabalho que deveria ter ficado no andar de cima, cai no colo dos plebeus por conta da esquiva dos superiores. "Nada de novo debaixo do céu", talvez só faltasse um nome bonitinho para isso (se é que não já tem), porque nome feio tem um monte. :)

[]'s
Emerson de Lira Espínola

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Explicando a Parábola com outra Parábola

Oi pessoal!

Deus me inspirou a escrever essa parábola como forma de explicar a Palábora que Jesus contou sobre o Semeador, enquanto repletia sobre como as pessoas acolhem a em Jesus e na Igreja.

Tem gente que ouve a pregação e simplesmente não absorve nada, e continua a agir como o mundo age.
Tem gente que ouve a pregação e se encanta com a beleza das palavras, mas logo vêm os problemas e fazem com que a pessoa esqueça a palavra bonita que ouviu e logo volta a agir como o mundo age.
Tem gente que ouve a pregação, se encanta com a beleza, e começa a seguir o caminho da Palavra, mas não suporta as exigências de ter assumido esse caminho, então volta a agir como o mundo age.
Tem gente que ouve a pregação, se encanta com a beleza, começa a seguir o caminho da Palavra, e consegue viver pela Verdade, pois encontrou nela a FONTE da Felicidade e Amor: O Sentido da Vida.

Enfim, depois dessa explicação, imagino que se Jesus viesse nos nossos tempos de hoje, ele poderia contar a Parábola do Semeador assim:

"Havia um anel de valor incalculável jogado à beira da estrada.
Veio um cara completamente distraído, que não percebeu o anel, e acabou passando direto.
Veio outro cara mais atento e viu o anel no chão. Ele o pegou e olhando para o anel disse: 'Que azar, isso é ouro de tolo', e logo deixou o anel no chão.
Veio mais outro cara que também viu o anel. Ele o pegou e percebeu que não era ouro de tolo, mas não sabia que o anel valia muito. E levou-o consigo. Enquanto andava, pensou: 'Esse anel de ouro é muito pequeno. Mesmo que troque por dinheiro, o valor será pouco. Além disso corro o risco de apanhar de assaltantes por conta dele. Se valesse mais eu até correria o risco, mas...'. E assim, deixou o anel de novo no chão.
Veio o último cara, viu o anel, reconheceu o valor do anel e olhando para ele dizia sem parar: MY PRECIOUS!".

Espero que tenha dado pra entender. :)

[]'s
Emerson de Lira Espínola

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ah! If my Code could talk...

Ladies and gentlemen!

It's my pleasure to annouce that my first e-book is released. Its name? "Ah! if my Code could talk...". Yeah! This is a fable which tells the fantastic, difficult, funny path of the Software to be release to the Customer. If my Code could talk, I believe it would write this book.

I'd like to beg your help to SPREAD it, because everybody that works with IT should read this e-book, mainly the developers. I wonder that they will identify themselves with some character(s) in the story.

I count on you to READ and FORWARD this e-book to your friends and co-workers.

Find the e-book here: Myebook - Ah! if my Code could talk... - click here to open my ebook

You can also find it at:

Apple Store: http://itunes.apple.com/us/book/ah-if-my-code-could-talk/id386814961?mt=11
US Kindle Store: http://www.amazon.com/dp/B004CLYIP6
UK Kindle Store: https://www.amazon.co.uk/dp/B004CLYIP6


Thanks in advance.

Regards,
Emerson de Lira Espínola

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Teu passado te condena - Parte III

PARTE III

- Notoriamente não sei resolvê-la. - Falou o cientista. - Pois não tenho conhecimento para isso. Como você pode querer me crucificar por por não ter o conhecimento que você tem?

Todos ficaram calados. E continuou:

- Agora permitam-me fazer uma crítica ao tempo de vocês. Vocês acham que chegaram ao topo da tecnologia, informação e conhecimento científico? Pelo menos é o sentimento que vocês estão me passando. Infelizmente, hoje no meu tempo vejo muitos cientistas como vocês. E a prova de que meu tempo ainda tem muito a aprender são vocês aqui me mostrando o quanto o mundo avançou. Agora eu pergunto: o que os fazem pensar que vocês ainda não têm muito o que aprender?

Nesse mesmo instante, eles ouvem a campainha tocar. O cientista abre a porta e eis que entram mais três homens. Eles se apresentam como sendo sete gerações à frente daqueles três primeiros visitantes. E dirigindo-se a esses primeiros, os últimos falaram:

- Não sabiam que a comunidade científica inteira morreria se esse cientista não se opusesse àquele grupo de cientistas de meia-tijela? Não sabiam que o ser humano chegou hoje (nosso tempo mais futuro) onde chegou, porque esse cientista teve cautela à mudança? Não sabiam que não se pode ser flexível a tudo, pois tudo o que se foi construído pode virar uma bagunça? Imaginem uma casa que está sendo construída, e que a todo momento chega alguém dizendo que acha melhor fazer a base da casa diferente. Essa casa nunca ficará pronta. Hoje (no nosso tempo mais futuro) entendemos e conhecemos que ainda temos muito para entender e conhecer. Entendemos também que faltou a vocês, 7 gerações à frente desse cientista, o que nós, 7 gerações à frente de vocês, temos: "é preciso olhar para o passado e entender o seu contexto" e que o método "Ver, Julgar e Agir" tem sido uma via para o acerto das pequenas e grandes ações no mundo de hoje (nosso tempo mais futuro). Corrigimos o seu cálculo de causa-e-efeito invertido e, provendo os efeitos no nosso tempo para o cálculo, nós chegamos até o senhor como causa, causa da ciência se manter viva até hoje. E não adianta pensar que 7 gerações à frente da nossa vão achar uma falha nos nossos cálculos, pois provamos que é impossível provar que o nosso cálculo está errado.

Os três primeiros visitantes baixaram a cabeça em sinal de vergonha. E voltando-se para o cientista, os últimos visitantes disseram:

- Caro cientista, obrigado pela sua oposição àqueles que iriam destruir o nosso futuro. Agradeço a Deus por sua vida, pois somente Ele pode fazer um homem dessa época ter uma cabeça 14 gerações à frente. Mais uma vez muito obrigado!
- De nada.

E terminaram dizendo:

- Vocês três aí! Peguem sua máquina desatualizada de viagem no tempo (praticamente um museu) e dêem o fora daqui.

O terceiro visitante resmunga para os seus companheiros:

- Eu já tinha entendido tudo e vocês ficaram aí demorando e favorecendo essa vergonha.

E foram-se embora todos, deixando o cientista seguir a vida dele.

THE END.

Teu passado te condena - Parte II

PARTE II

- Vejo que com tanta tecnologia, com tanta informação, com tanto conhecimento espalhado pelo mundo de vocês, vocês não aprenderam uma coisa.
- O que o senhor sabe que nós não sabemos? - Questiona o segundo visitante. - Não dá nem para comparar o grau evolucionário do senhor com o nosso.
- Calma! - Exorta o terceiro visitante. - O que é possível o senhor saber, que não seja do nosso conhecimento ?

Então o cientista respondeu:

- Uma coisa que vocês não adquiriram no futuro foi o conhecimento do passado, do contexto em que as coisas aconteceram.
- De que serve o contexto? Fatos são fatos. - Questiona o segundo visitante.
- Acredito que vocês conheçam o método "Ver, Julgar e Agir", pois se para o meu tempo já é velho, imagina para o tempo de vocês.
- Sim! - Responderam em uníssono.
- Mas vejo que vocês só conhecem a teoria dele, e não a prática.
- Que diferença faz? Temos métodos bem mais novos e sofisticados que botam esse método "Ver, Julgar e Agir" no chão. - Repondeu o primeiro visitante.
- Bem, o que eu tenho é este método hoje. E digo a vocês que se vocês tivessem "Visto" melhor o contexto da época, vocês teriam contruído um "Julgamento" mais justo da situação e, por conseguinte tomariam a melhor "Atitude" e talvez nem teriam aparecido aqui na minha casa para me interrogar como se eu fosse um criminoso. Se vocês tivessem usado os seus métodos novos e sofisticados corretamente, deveriam ter entendido o contexto no qual eu e o mundo nos encontrávamos há cinco anos.
- Continue. - Falou o terceiro visitante.
- Eu e o mundo não tínhamos toda essa tecnologia, informação e conhecimento que vocês têm hoje. Então é muito fácil para vocês me massacrarem por uma decisão errada que eu tomei há cinco anos, pois vocês são muito mais avançados do que eu. Exagerando um pouco, mas ainda assim sendo verdade, por que vocês não vão reclamar com o cara que descobriu o fogo? Por que vocês não chegam lá pra ele e perguntam por que ele não usou a água para se aquecer, e dessa forma evitar que o meu mundo sofresse com as queimadas?
- O fogo não serve só para aquecer. - Falou o segundo visitante.
- Como eu disse: Exagerando um pouco.
- Acredito que o senhor está certo. - Responde o terceiro visitante. - Então explique o contexto.
- Nós não tínhamos tecnologia, informação e conhecimento suficientes. Nós usamos as ferramentas que tínhamos na época. Foi o que deu pra fazer. Poderia haver uma ruptura entre a comunidade científica, por conta daquele pequeno grupo. Seria melhor mantermo-nos unidos e chegarmos a uma conclusão juntos, ao invés de nos dividirmos e nos enfraquecermos. Aquele grupo tinha outras idéias, além dessa, que já tinham sido vencidas há centenas de anos por outros cientistas. Então temia que essa idéia deles fosse mais uma de suas loucuras. Eles formavam um grupo pequeno, mas bastante forte, pois tinham entre eles pessoas de grande influência na sociedade. Tive que arriscar e torcer para que o seu número pequeno valesse mais que a capacidade de influenciar que eles tinham.
- Mas não é possível que a sua época seja tão vulnerável a esse tipo de coisa, ao ponto de que colocar o ser humano em perigo. - Responde o segundo.
- Bem-vindos ao meu tempo!
- Estou satisfeito. Por mim, podemos voltar. - Fala o terceiro visitante.
- Hummm. Eu ainda tenho alguns questionamentos. - Fala o segundo visitante.
- Eu me nego a aceitar isso. O senhor não poderia ter feito o que fez. - Fala o primeiro visitante.
- Não tenho o direito de errar? Mais ainda quando não tenho as ferramentas necessárias para acertar? - Pergunta o cientista. - O que posso fazer é pedir desculpas, mas sabendo que fiz o que fiz com as limitações da época.
- Não interessa o motivo! - Reclama o primeiro visitante.
- Dê-me uma equação bastante difícil do seu tempo. - Pediu o cientista.

O primeiro visitante escreveu-a no quadro.

To be continued...

terça-feira, 13 de julho de 2010

Teu passado te condena - Parte I

Se para as pessoas você ficar descontextualizado, seu passado vai condenar você. E se você descontextualizar as pessoas, você conderará o passado delas.

Às vezes, nos martirizamos ou martirizamos outras pessoas pelos erros do passado: "Ah, eu deveria ter feito isso"; "Ah, você deveria ter feito aquilo"; "Ah" pra lá, "Ah" pra cá. A historinha abaixo (dividida em três partes para não ficar cansativo) nos ajuda a refletir o contexto de cada época vivida nas nossas vidas e na vida daqueles que nossos "olhos enxergam".

PARTE I

Certo dia, um famoso cientista recebe, em sua casa, uma visita de três homens. Eles se apresentaram como sendo do futuro e datavam já da sétima geração desse cientista. O cientista ficou perplexo, mas mesmo assim convidou-os para entrar.

- Então, o que os trouxe aqui na minha casa? O que os fez viajar sete gerações no tempo para me encontrar?
- Há alguns anos (do seu tempo) o senhor foi questionado sobre o universo. - Fala o primeiro visitante.
- Já fui questionado várias vezes sobre o universo. - Responde o cientista. - Você pode me dizer exatamente qual e quando foi o questionamento?
- Cinco anos atrás numa conferência mundial realizada na América Latina. - Respondeu o segundo visitante. - Havia ali cientistas do mundo todo tentando descobrir os mistérios do universo.
- Com certeza eu me lembro. Eu liderei aquela conferência. Mas continue. - Fala o cientista.
- Hoje, no futuro, já sabemos que o universo foi feito para toda a humanidade. Não há no universo outras formas de vida que se assemelhem à do homem. O que temos são só alguns micro-organismos. O universo foi feito para que o homem o dominasse por completo. - Falou o terceiro visitante.
- Sério?! - Se surpreende o cientista. - Uau! Eu não sabia que era assim! Eu pensava que...

Com um certo tom de raiva, o primeiro visitante interrompe a fala do cientista:

- Que era um absurdo pensar que o ser humano era o centro do universo. Que era muito egoísmo pensar que o universo foi feito só para o homem, e que deveriam existir seres extra-terrestres nele.
- Exatamente, mas por que a raiva?
- Porque naquela conferência o senhor refutou o argumento de alguns cientistas que pensavam justamente o contrário. - Repondeu o segundo visitante.
- Isso, mas ainda não entendo a raiva.
- No futuro nós fizemos um cálculo de causa-e-efeito invertido e, prevendo os efeitos no nosso tempo para o cálculo, nós chegamos até o senhor como causa. Nós identificamos que a humanidade seria bem mais evoluída do que é hoje, se naquela conferência o senhor não tivesse refutado aquele grupo minoritário de cientistas. Então gostaríamos de saber o motivo que levou o senhor a se opor ao argumento deles. - Clarificou com calma o terceiro visitante.
- Com tanta tecnologia, com tanta informação, com tanto conhecimento espalhado pelo nosso mundo, como o senhor foi capaz de se opor àqueles poucos homens? - Volta o primeiro com sua aspereza.

Então o cientista olhou para os três e disse:

To be continued...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Cliente, também sou gente!

Carta de um prestador de serviços ao seu cliente:

Caro cliente,

Venho por meio desta, demonstrar minha profunda indignação pela forma como o senhor tem me tratado por esses anos todos. Imagino que o senhor esteja se perguntando o motivo pelo qual eu estaria indignado, uma vez que o senhor não deu motivo algum para isso.

Pois bem. Antes de começar, gostaria de pedir que o senhor se acalme e ouça com bastante atenção o que vou lhe falar, pois ouvir é a primeira reclamação que tenho que fazer do senhor.

Isso mesmo! O senhor tem se mostrado uma pessoa sem paciência para ouvir. Quando o senhor não interrompe a minha fala, sinto que o senhor só espera o momento de calar-me para descarregar suas dores, frustrações, medos e inseguranças em mim. Não preciso ressaltar que nesse seu monólogo não encontro conexão alguma com as palavras que proferi segundos antes da sua paciência acabar.

Continuando... Sem a capacidade de ouvir, o senhor fatalmente gastará seus neurônios com pensamentos e raciocínios vãos, pois estarão totalmente destoantes da possível solução a qual chegaríamos juntos se o senhor colaborasse comigo.

Por consequência, perdido nos seus pensamento, o senhor agirá de forma errada comigo. Não é de se estranhar se o senhor me chamar de incompetente, me xingar, e exigir que eu realize zilhões de outras tarefas só para esconder a única tarefa que o senhor tem que realizar e não realiza.

Eu sei que o senhor é o cliente e que merece um serviço de qualidade, mas não é por isso que o senhor tem o direito de me tratar mal. Antes do senhor ser cliente e antes de eu ser prestador de serviços, tanto o senhor como eu somos gente. E por ser gente existe uma série de pressupostos que devem ser colocados em prática quando duas pessoas têm uma espécie de relacionamento, mesmo que esse relacionamento seja profissional. Um desses pressupostos é o RESPEITO. Tanto eu como o senhor devemos nos respeitar antes de fazer qualquer negócio, e em cima do respeito nós negociamos: o senhor pede, nós alinhamos as expectativas, e eu faço.

"Ahhhh! É que eu tô com problemas pessoais!", "Ahhhh! Eu estou com muita pressão no trabalho!", "Ahhhh! Eu estou assim!", "Ahhhh! Eu estou assado!", ... Fique sabendo que também tenho problemas pessoais, que também tenho problemas no trabalho, e que nem por isso eu saio por aí atirando em todo mundo. Já dizia um padre da Canção Nova: "o problema é meu, mas meu rosto é do outro". O seu problema é seu. E até o momento em que você não quer minha ajuda para resolvê-lo, ele é SEU. E nessa brincadeira de ser seu pscicólogo, estou ganhando peso por conta dos "vários sapos que o senhor me fez engolir sem nem mastigar, dificultanto a digestão".

Mas podemos recomeçar a partir do seguinte princípio: dois seres humanos vão conversar sobre negócios. Vamos tentar de novo: Olá! Como posso ajudá-lo?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Comunidades são Comum Unidades?

Numa época que tanto se fala de redes sociais pra ali, comunidades pra lá, seguidores pra cá, venho nesse post questionar se o conceito de comunidade está sendo aplicado corretamente. Segue a história:

Um belo dia, num formigueiro, a Rainha convocou todas as formigas e separou-as em grupos. Cada grupo seria responsável por uma coisa. Para cada grupo a Rainha escolheu uma formiga experiente para coordenar. E enviou-os para que fossem executar suas atividades.

Num certo grupo (o responsável pela coleta de comida), o coordenador fez uma mini-reunião para decidir como eles iriam dividir suas tarefas para alcançar o objetivo do seu grupo. Mas durante a reunião, saiu a seguinte conversa:

- Pessoal temos que colher bastante comida para o jantar anual. Estão todas prontas para usar suas mandíbulas e seus feromônios?
- Eu não sei fazer isso, não.
- Eu tô enferrujada.
- Eu ainda sou muito nova para isso.
- Eu não tenho experiência.
- Eu também nunca fiz isso.
- Agora eu não posso, pois estou ocupada com outras coisas.

Dessa forma, a formiga coordenadora se sentiu insegura de contar com a ajuda das outras. Atribuiu-lhes, então, atividades mais fáceis ou de quase nenhum valor para serem cumpridas. Saiu, por fim, sozinha para atingir a meta estipulada pela Rainha.

Algumas formigas ficavam esperando nas portas do formigueiro a coordenadora chegar carregada de comida para a grande festa. A coordenadora estava sobrecarregada e cansada e já não conseguia dar conta de toda a comida que o grupo dela deveria levar. E anunciou sua decisão para o grupo:

- Vamos trabalhar também à noite para podermos alcançar a meta que nós temos que atingir.

E assim se fez. Trabalharam horas extras todas do grupo. É verdade que algumas do grupo iam para a porta do formigueiro com vontade de ajudar a coordenadora. Entretanto, outras achavam ruim ter que trabalhar à noite também. E reclamavam:

- Eu estou cansada de passar o dia inteiro aqui e ainda ter que vir pela noite.
- Pois é! Estamos trabalhando demais e ficando cada vez mais cansadas.
- Não sei por que a coordenadora inventou de trabalhar até essas horas!
- Por acaso ela não se programa para trabalhar nas horas normais?

Até que uma das formigas de boa vontade disse:

- Não seria melhor se a gente ajudasse de forma mais comprometida a coordenadora?
- Comprometida?
- Sim! Engajada! Participante! Atuante! Mão na massa! Ao invés de ficarmos esperando ela por tudo.
- Boa idéia! A partir de amanhã, nós iremos nos juntar a ela e assim traremos a comida necessária mais rápido e teremos tempo para descansar à noite.
- Todas topam?
- Sim! - Responderam em uníssono.

No dia seguinte, só uma delas acompanhou a coordenadora nos trabalhos braçais. As outras ficaram na porta do formigueiro alegando as mesmas desculpas do começo da história.

No caminho, a coordenadora desabafou com a companheira:

- Não dá pra fazer tudo isso sozinha! Sou só uma formiga.
- Entendo. Mas por que você faz?
- Porque precisa ser feito e não me sinto confortável em pedir coisas às outras, pois acredito que não vão conseguir.
- Entendo. Eu acho que até elas não acreditam que vão conseguir.
- A Rainha me chamou pra conversar e me disse que meus amigos e familiares estão reclamando minha ausência. Quando expliquei pra ela os motivos do meu chá de sumiço, ela não gostou. Ela disse que não queria eu fazendo tudo sozinha, e que eu tinha um time pra ajudar e colaborar, e que amigos e família são extremamente importantes na vida de uma formiga. Mas temos que atingir a meta, não é?
- Você acha que vamos atingir a meta?
- Acho que sim. Com muito esforço e trabalho vamos conseguir. Acredito que no final ela me dará uma coroa de honra ao mérito.
- Mesmo você deixando seus amigos e parentes de lado?
- Sim.
- Mas você não acha que se fosse pra deixar amigos e parentes de lado, a Rainha não teria dito? Acredito que ela quer a harmonia dentro do formigueiro.
- É. Ela falou que eu saberia o momento de deixar amigos e parentes de lado. Mas... Enfim... Agora apresse-se, pois falta pouco para alcançarmos a meta.

Dias depois, a Rainha foi fazer o levantamento das atividades executadas pelos grupos e viu que aquele grupo tinha conseguido atingir a meta. E, voltando-se para o grupo, disse:

- Vejo que sua coordenadora não está com vocês.
- É verdade. Ela está doente. Ultrapassou os limites dela…
- Sem meu consentimento. - Completou a Rainha.
- Por isso não vem hoje receber o prêmio.
- Ela não merece o prêmio. Se sua coordenadora não merece, vocês também não merecem. E vocês sabem o porquê.

Entristecidas, as formiguinhas baixaram as cabeças em sinal de arrependimento. E a Rainha continuou:

- Agora o mínimo que vocês podem fazer é voltar lá e tomar conta da sua coordenadora, a fim de que reestabeleça sua saúde o mais breve possível.
- Servir a coordenadora?
- Isso mesmo. Espero que tenham entendido o recado.

E retirou-se.


PERGUNTO: Onde ficou a Comum Unidade (ou Comunidade)?

1. Dentro do formigueiro?
2. Na porta do formigueiro?
3. Fora do formigueiro?
4. Ou em canto nenhum?

[]'s

domingo, 18 de abril de 2010

A gente quer dinheiro e felicidade!

Já cantava Titãs a música Comida no final da década de 80 mostrando, para mim, que não basta o dinheiro na vida, e que uma política de pão-e-circo não resolve os problemas do Brasil.

Enfim, mas o foco aqui é o seguinte: Dinheiro traz felicidade?

Hoje em dia vejo muitos amigos meus numa busca afobada, quase numa atitude de desespero, atrás de dinheiro, não importando o que eles façam para alcançar essa quantidade de dinheiro toda. Me sinto às vezes pressionado por eles a correr como eles, mas peço muito a Deus auto-domínio para não me deixar levar pelo dinheiro.

A imagem que me vem na cabeça para tentar reproduzir isso que estou dizendo é de uma uma tsunami (30, 50, 100 metros de altura) chamada Desemprego vindo em direção à cidade e vai devastar tudo, e todo mundo começa a correr para um local seguro chamado Dinheiro. Só que esse local é difícil de achar. Cada uma dessas pessoas tem um mapa da mina nas mãos. Umas copiaram o mapa de outras, outras inventaram um próprio mapa, e por aí vai. Só sei que é um desespero pra achar esse lugar seguro, onde nenhuma tsunami vai chegar, e por consequência não vai trazer infelicidade para ninguém. Eu não sou besta, leso ou retardado de ficar num local inseguro, sendo assim eu também procuro achar esse local, mas para mim ele não se chama Dinheiro. No meu caso esse local se chama Deus. Às vezes sinto como um arrastão de pessoas me levando para onde ninguém sabe onde é, mas eu procuro sair do meio deles e voltar para o local onde estava antes.

É mais ou menos assim o sentimento que tenho daqueles com quem tenho conversado recentemente. Com essa parábola acima quero dizer que existe problema em querer dinheiro? Será que quero dizer que existe problema em querer felicidade? Claro que não. O problema é a associação que existe entre esses dois elementos. Isso causa um inferno inconsciente na vida das pessoas: "Não tenho dinheiro, logo sou infeliz" ou "Tenho dinheiro, logo sou feliz, mas não posso perder esse dinheiro, pois ficarei infeliz". Repito: INSCONSCIENTE. Essa mensagem que une Dinheiro a Felicidade é ruim, pois os frutos são tristes. Ahhh, Emerson! Qual mensagem traz um fruto bom? Respondo: Desassociar esses dois elementos. "Eu quero dinheiro" e "Eu quero felicidade". Pronto. O querer felicidade vai te trazer felicidade, enquanto que o querer dinheiro vai te trazer dinheiro. Dessa forma achar a felicidade é bem mais fácil que o dinheiro.

Tá bom, tá bom. Quem vos fala é um Zé Ninguém. Então vou pegar James Hunter. Ele fala que "Felicidade traz Dinheiro" e não o contrário. Psicólogos falam nessa notícia "O sonho de encontrar a felicidade" que é verdade que em muitos casos a presença do elemento Dinheiro ajuda no elemento Felicidade, mas até agora não tem nada comprovado. Ao contrário tem muito exemplo que mostra que essa relação não é tão forte assim. Por exemplo: os países mais felizes do mundo não necessariamente são ricos.

Por fim digo a todos que estão lendo esse blog: Não busque nem segurança nem Felicidade no Dinheiro, mas em Deus. Mas peça a Ele que se o Dinheiro for contribuir na sua Felicidade, que o Dinheiro venha, mas nunca tome o lugar Dele que deve ser a fonte da Felicidade. Uma coisa é contribuir outra coisa é ser fonte.

Já dizia Jesus "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro", quando constata a impossibilidade de amar, de verdade e ao mesmo tempo, dois senhores.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Só quero saber do que pode dar certo!

Tá certo que letra da música "Go Back" de Titãs foi escrita em um contexto diferente, mas o refrão se encaixa perfeitamente no contexto em que muitas empresas de TIC vivem hoje em dia: "Não tenho tempo a perder, só quero saber do que pode dar certo". Mais uma vez o Tempo fazendo empresas e mais empresas reféns dele.

Sem querer entrar nos motivos que levam a isso agora, hoje os cronogramas estão cada vez mais apertados. Pelo menos os meus, e os dos meus colegas distribuídos mundo afora que estão sempre comentando comigo sobre o assunto.

Uma vez, num projeto antigo que trabalhei, ouvi a seguinte frase de um colega logo após eu ter terminado (em menos tempo que o previsto) a funcionalidade que me deram pra implementar: "Você sempre estará atrasado, pois o projeto está atrasado". Curto e grosso! É triste, mas é verdade. :) Vai me dizer que isso não é a realidade em muitos locais por aí?

A verdade é que tem muita gente que poderia ir pro trabalho logo de manhã cedo ouvindo esse refrão da música de Titãs, para poder chegar já no trabalho afiado para brigar contra o cronograma (que as vezes não foi nem ele quem fez). Pois essas pessoas já vivem esse refrão na pele mesmo sem cantá-lo.

Por isso as empresas de TIC têm que tomar um cuidado enorme. Cuidado esse que eu acho que algumas não estão tendo, seja porque não acreditam, seja porque não querem acreditar no recado. Mas a falta desse cuidado pode trazer grandes prejuízos para elas. E que cuidado é esse? Num post passado lembrei da história do Titanic. Inventaram de acelerar o navio para chamar a atenção da imprensa Nova Iorquina, acabaram batendo num iceberg porque não conseguiram desacelerar, e o resto da história você já sabe.

Ou seja, fatalmente as pessoas que trabalham com cronogramas apertados, e não estimados nem revisados por elas mesmas, vão viver um refrão de outra música de Titãs: "Não é que eu vou fazer igual, eu vou fazer pior". Essas pessoas não querem fazer pior, mas vão fazer. Por quê? Porque o cronograma não as deixa fazerem melhor.

Melhor seria se as pessoas cantassem esses refrões todos os dias, pois assim estariam mais conscientes do que estão vivendo na pele. Melhor ainda seria se pudessem cantar para seus líderes, chefes, gerentes, CEOs, ...; quem sabe assim a ficha cai para eles.

ABRE O OLHO, EMPRESA!

quarta-feira, 31 de março de 2010

O que é que eu fiz esse tempo todo?

Muita gente não tem o costume de medir o seu tempo. Em que sentido? No sentido de quais atividades foram feitas para alcançar um determinado objetivo durante um certo tempo.

Para alguns isso pode ser neurose; para outros, perda de tempo; para outros desnecessário (nem inflói, nem contribói); para outros, vital para se ter controle da vida. Enfim, medir o tempo ainda divide as pessoas.

Existe um problema nessa divisão? Não! Pelo menos até o ponto onde não se fica prejudicado pelo passar do tempo. O tempo passa, o tempo voa, e tem gente que vive como se estivesse correndo atrás de um ladrão: "Ei, volte aqui seu ladrão de possiblidades de execução de atividades!". Só não sabem essas pessoas que o tempo é surdo e corre pra caramba. :) Só é possível pegá-lo com uma estratégia, um bote, uma tocaia; e só então domá-lo e deixá-lo sob seu controle. É mais ou menos como os humanóides (Na'vi) de Avatar faziam para capturar um animal voador para eles. :). E quem corre e não alcança o tempo, chega ao ponto de não ser capaz de responder à uma simples pergunta: o que você fez (em detalhes) nas últimas três horas?

O sujeito pode até dizer as atividades maiores, ou aquelas que ocuparam mais tempo dele, mas das menores ele não se lembra. Isso é o reflexo de as pequenas atividades não recebem a devida importância. Isso quer dizer que eu devo passar meu dia anotando tudo a cada minuto que se passa? Claro que não, mas alguém deve fazer isso por você. Quem? Algum processo automático. Hoje já existem ferramentas que automatizam essa medição, entretanto ainda têm muito o que melhorar. E esse é um dos projetos que ainda vou fazer na vida: "Melhorar o processo de medição automático de atividades diárias. Medir automaticamente e silenciosamente, sem intervenção humana".

Mas por que devo me preocupar (manual ou automaticamente) em medir o tempo gasto nessas atividades pequenas? Porque medir é bom, ajuda a estimar, e te dá subsídios para seus argumentos.

Certa vez tive que fazer a alteração de uma linha de código. E me entristecia com o tempo que levava para ter essa linha de código atualizada no produto final. Foi quando o meu o cliente chegou pra mim e começou:

- Quanto tempo você leva para fazer a alteração dessa linha de código?
- Duas horas?
- Por quê isso tudo?

E pensando só nas atividades grandes respondi:

- Os servidores demoram em torno de uma hora e meia para sincronizar. E os outros trinta minutos são para seguir o processo.

Mesmo sem acreditar, o cliente concordou. Foi então que eu decidi mostrar nos "mínimos detalhes" o tempo gasto em cada microatividade executada por mim. Foi quando eu mesmo me espantei:

  • Criar CR no bugtracker: 3 min
  • Configurar ambiente de codificação: 5 min
  • Criar branch: 2 min
  • Codificar: 13 min
  • Criar inspeção: 4 min
  • Improdutivo: 24 min
  • Inspeção: 9 min
  • Retrabalho: 0 min
  • Improdutivo: 11 min
  • Merge com a mainline: 10 min
  • Criar e passar label no código na mainline: 1 min
  • Transicionar CR: 8 min
  • Criar instalador: 8 min
  • Reunião com o cliente: 54 min
  • Criar instalador: 22 min
  • Liberar release no servidor do cliente: 6 min

Total: 180 min = 3h

A sorte é que o tempo de sincronização dos servidores aconteceu durante o horário de almoço.

Pude perceber alguns pontos com isso:

  1. Demorei 3h (e não 2h) para fazer o que deveria.
  2. O dia é feito de minutos (considerando que a granularidade de segundos não é tão apropriada para executar atividades normais). De minuto em minuto, o tempo passa. Atividades de poucos minutos quando somadas dão muitos minutos.
  3. Gastei 54 min numa reunião com o cliente. A culpa foi da reunião? De forma alguma. Reunião é o tipo de coisa acontece sempre numa semana. Sempre tem uma reunião surpresa que te toma 30 min, 1h, ou mais. Mas o seu prazo é o mesmo para fazer o que deve. Então isso deve ser contabilizado numa próxima estimativa.
  4. Gastei 13 min para modificar uma linha de código! Quanto processo eu tava seguindo, quantas interrupções eu sofri para chegar ao ponto de gastar 13 min para alterar uma linha? Repetindo: UMA LINHA!!!

Logo ficou claro na minha cabeça a resposta para a pergunta título desse post. E depois que eu mostrei isso para o cliente, num instante ele se convenceu da demora e começou a providenciar melhorias de infra-estrutura e processo nesse projeto que participo.

Resumindo essa conversa toda: medir é bom e ajuda a estimar, ajuda também a apontar as pedras do nosso caminho, e olhar para o relatório de tempo gasto é sempre um desafio de humildade, pois ele vai te dizer algumas verdades que você nem sabia que existiam.

Tempo total para escrever esse post: 1h.

sábado, 13 de março de 2010

Produtividade e dinheiro, INIMIGOS?

Joãozinho é aquele menino das piadas brasileiras que sempre apronta uma presepada com a sua Professora. Hoje vamos ver o dia em que Joãozinho tirou um 10 bem grande, a sua primeira nota 10. :)

P: Joãozinho! Me responda uma coisa!
J: Diga, Professora.
P: Quais são as vantagens de ser produtivo no trabalho?
J: Nenhuma, Professora.
P: Como assim: nenhuma?!
J: Veja bem. Hoje as empresas demandam que os seus funcionários sejam produtivos, ou seja, fazer suas atividades em menos tempo, antes do prazo, para surpreender o cliente...
P: Isso me lembra a história de um navio transatlântico que se chocou com um iceberg no Oceano Atlântico e lá afundou. Eles queriam impressionar a imprensa nova-iorquina ancorando em Nova Iorque antes do programado.
J: É por aí, Professora. É por aí.
P: Mas continue. Estou acompanhando seu raciocínio.
J: Pois bem. Entretanto muitas dessas empresas não sabem o que fazer com o horário restante desse funcionário produtivo.
P: Sério? Acho que estou por fora disso.
J: Sério. E o pior não é nem isso. O pior é que essas empresas mandam o cara pra casa, mas não abonam as horas restantes para a jornada de trabalho desses seres produtivos.
P: Por quê?
J: Sabe como é, né? Nesses tempos de crise, o que se puder fazer pra não gastar dinheiro, eles fazem.
P: Mas, Joãozinho, se o cidadão trabalhar as suas horas normais da jornada de trabalho diária, eles não vão ter que pagar de todo jeito?
J: Sim, Professora. Mas como eu disse, se há qualquer desculpa para não gastar dinheiro, elas vão se agarrar nessa desculpa com toda força e acreditar, como nunca, nessa divindade.
P: Jesus Cristo, salvai-nos!
J: Pois é!
P: Entendi, Joãozinho! Acho que você está certo.
J: Calma! Eu não acabei ainda.
P: Diga.
J: Digamos que um funcionário tem um salário de R$ 9.600,00 e sua jornada de trabalho seja de 8h/dia.
P: Só não sou eu, né, Joãozinho, pois sou professora.
J: De fato não é a senhora, Professora. :)
P: Mas continue.
J: Com um salário desses, o valor da hora desse indivíduo é de R$ 40,00.
P: Que cálculo foi esse Joãozinho?
J: Professora, a senhora está ruim de Matemática, viu?
P: Mais respeito, Joãozinho! Mais respeito!
J: R$ 9.600,00 dividido por 30 dias do mês, dá R$ 320,00 por dia. Dividindo R$ 320,00 por 8h por dia, corta dia com dia, daí a unidade vai ser R$ / h, e 320 / 84, resto 0, desce o 0, 4 e 0 é 40. Logo R$ 40,00 / h.
P: Nossa Joãozinho, você andou estudando por aí? Porque aqui na sala de aula você tem sido uma negação esses anos todos.
J: Mais respeito, Professora! Mais respeito!
P: Ok. Continue seu raciocínio. O valor da hora do sujeito é R$ 40,00.
J: Então, chega um belo dia em que ele consegue ser produtivo e economiza 1h nesse dia. A empresa chega para ele e diz: "Pegue essa hora e coloque no MEU banco de horas". Não fala, obviamente, que essa hora será negativa no banco de horas do cidadão, e positiva no banco de horas da empresa. É aquela história de Método das Partidas Dobradas ou Método Veneziano, sabe?
P: Hããã?
J: Se eu te dou R$ 1,00, você não ganhou ele, mas tá me devendo R$ 1,00. Eu sou credor e você devedora.
P: Tá, acho que entendi. Continue.
J: Pois bem. Sendo assim, o senhor produtivo pensa que está ganhando 1h, mas no fundo está devendo 1h à empresa. Convertendo em reais, ele está devendo R$ 40,00 à empresa e a empresa possui um crédito de R$ 40,00 em relação a ele.
P: É verdade. Nem tinha pensado nisso. Continue.
J: Daí, no dia seguinte, ele já pegou o macete do dia anterior e consegue terminar tudo em 7h. E novamente a empresa o manda para casa. E isso se repete por uma semana, que tem 5 dias úteis. Quanto o senhor produtivo vai estar devendo à empresa?
P: R$ 200,00.
J: Aleluia! Pensei que num ia acertar uma.
P: É o que, Joãozinho?
J: Nada! :) Deixa eu terminar.
P: Hummm!
J: Acontece que, na outra semana, apareceram mais atividades para esse indivíduo realizar e, mesmo usando o macete da semana anterior, ele não consegue realizar o dia em 7h e nem em 8h, verificando que precisa de pelo menos 1h a mais.
P: Ou seja, se não usasse o macete, ele precisaria de mais 2h no dia, e o macete que ele usou continua ajudando ele a fazer mais coisas em menos tempo.
J: Sim. Então ele chega para a empresa e diz: "Olha, tem algum problema em me pagar hora extra se eu precisar de mais 1h de trabalho hoje?". A empresa olha assim e diz: "Nenhum problema, você está me devendo 5h das semana passada. Pode abater essa 1h de hoje dessa dívida". Ora! Como assim, DEVENDO?! O funcionário ajudou a empresa a ganhar tempo nas atividades, logo ajudou a empresa a ganhar dinheiro também. Mas na hora dele ganhar dinheiro, ele simplesmente perde tempo, perde de estar com a família, com amigos, com outras atividades extra-classe (por assim dizer).
P: É verdade, Joãozinho. Se eu for produtiva aqui na escola, a escola ganha, mas eu não.
J: Fora que depois de um tempo alguém da empresa (que não sabe nada da realidade de trabalho daquele funcionário) vai chegar para o indivíduo e perguntar: "POR QUE SEU BANCO DE HORAS ESTÁ TÃO NEGATIVO? VOCÊ NÃO ESTÁ TRABALHANDO AS 8H DIÁRIAS?". E isso sem olhar o banco de horas da empresa que está parrudo de positivo.
P: A empresa bem que podia se perguntar: "O que posso fazer com essas horas positivas no meu banco?". E a partir daí, dar mais incentivos de pesquisa, desenvolvimento ou até mesmo lazer, por que não, né?
J: Pois é, Professora. Penso assim também. Agora pense no seguinte caso: Esse indivíduo não foi produtivo naquela semana anterior (esqueça o macete), mas conseguiu fazer tudo nas suas 8h diárias, na próxima semana ele vai precisar trabalhar 2h a mais por dia, pois como vimos o trabalho aumentou, logo terá 10h a mais no último dia da semana, e 10h a mais para ele são, nada mais nada menos, que R$ 400,00 no bolso.
P: Caramba! Você é um gênio, Joãozinho!
J: Daí eu pergunto: o que é melhor, dever R$ 200,00 ou ganhar R$ 400,00?
P: Nem precisa responder, Joãozinho. Hoje você deu um show de história, economia, matemática, lógica, psicologia, e mundo corporativo.
J: Obrigado, Professora!
P: Eu é quem agradeço. Hoje você vai ganhar um 10 bem bonito.
J: Calma aí.
P: Que foi?
J: A senhora vai me dar, me dar mesmo ou vai guardar no banco de notas da senhora?
P: JOÃOZINHOOOO!!!
J: Porque aí já viu, né, Professora? Se eu precisar de uma nota em outra matéria, e a senhora virar pra mim e disser: "Pode abater daquele 10 bem bonito".
P: Joãozinho! Menos, menos, menos!
J: Sei lá, não sei como é que funciona o colégio quanto a isso!
P: Pronto. Estou te dando o 10 mesmo. Nada vai ser abatido dele.
J: Amém. Aleluia. Até que enfim uma. :)

E foi assim que Joãozinho tirou o seu primeiro 10 na história das suas piadas.

segunda-feira, 1 de março de 2010

A história da Garça Branca

No caminho para o local onde costumar almoçar, eu sempre passava por uma ponte que ventava muito. Certo dia passando pela ponte, pude observar a luta desigual de uma garça branca com o vento. A garça queria passar a ponte, mas o vento parecia não deixar. Ambos faziam tanta força que a garça, por alguns segundos, parecia parada, paralizada, imóvel, planando no ar.

Eu comecei a torcer pela garça, para que ela passasse a ponte vencendo o vento. Porém a garça branca se rendeu e o vento, como parecia, fez seu trabalho de não deixá-la passar. Mas para quem olhava com um olhar mais esperansoso, podia perceber algo estranho no movimento da garça, pois ela estava voltando. Sim! Ela não desistiu do seu objetivo.

Ela simplesmente deixou que o vento a levasse para ganhar velocidade. Em seguida dobrou à esquerda, e veio com mais velocidade enfrentou o vento novamente, o qual dessa vez parecia ter sido pego de surpresa pela garça branca. Sem chances para o vento, que só podia ver a garça passar por cima dele e, assim, atingir seu objetivo: cruzar a ponte.

Essa história parece aqueles emails que a gente recebe em PPT ou PPS, com uma musiquinha no fundo bem melosa, e no final aparece os créditos da música, do texto, do criador dos slides, não é verdade? Mas para mim, aquilo foi real. Tantas coisas na nossa vida nós queremos agora ou nunca literalmente. Se não for AGORA, será NUNCA! Somos muito orgulhosos para dizer que não conseguimos (esse mundo em que vivemos insiste em nos educar assim); para dizer que agora não deu, mas vai dar depois. Não continuamos tendo esperança de cruzar as pontes que passam na nossa vida, quando o mundo nos mostra barreiras e mais barreiras. Pior é quando sentimos que nada anda (assim como a garça). Mas olha, só não andava porque ela tava fazendo força contrária ao vento. Se ela simplesmente se deixasse vencer pelo vento, fatalmente ela cairia no rio sujo que passa por debaixo da ponte.

Se por um lado isso é historinha de uma garça branca que cruzou a ponte, por outro lado isso é muito sério na nossa vida. Não podemos nos render aos caprichos desse mundo, pois esse sentimento de derrota pode nos invadir em todas as áreas da nossa vida. E aqui vai um recadinho: "Não vos conformeis com este mundo" (Rm 12, 2). Ou seja, não entremos em conformidade com ele, que a nossa forma não seja a mesma dele, que o nosso formato não seja o mesmo dele, que não sejamos confundidos com ele.

"NUNCA FOI TÃO DIFÍCIL como hoje defender Cristo, o Evangelho e a Sua Santa Igreja, pois o chamado “politicamente correto” é exatamente uma vivência de valores anticristãos (aprovação de casamentos gays, aborto, pílula abortiva do dia seguinte, eutanásia, bebê de proveta, manipulação genética de embriões, “produção independente” de filhos sem casamento, etc.). Campeia a imoralidade no meio de nós; o pecado é chamado de virtude e o vício é legalizado como um bem.

COMO UM ROLO COMPRESSOR movido pela mídia, os falsos valores vão invadindo os nossos lares e escolas, criando uma cultura neo-pagã e anti-cristã, deformando a educação das crianças e dos jovens. É preciso com coragem combater tudo isto por amor a Deus e ao homem.
"

Tenhamos esperança em Deus, "que realiza tudo em todos" (I Cor 12, 6), que "faz novas todas as coisas" (Ap 21, 5), continuemos fazendo força contrária, continuemos remando contra a maré, pois quem nos inspira é bem mais forte do que nós e o vento contrário juntos.

Rezemos inspirados pela atitude da garça: "Pai, lança-me, cada dia, na aventura do Espírito, que me tira do comodismo e do abatimento e me faz superar meus próprios limites".

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Que bonito é…

Seja uma mulher bonita, seja um filme com efeitos especiais super modernos, seja um filme 3D, seja uma paisagem natural, seja uma paisagem artificial, seja uma grande obra arquitetônica (Dubai que o diga), seja uma pintura que parece mais uma foto, seja a perfeição nos gestos com que o neném imita o pai, seja ser aceito para trabalhar numa empresa de informática de grande porte (Google, Microsoft, Yahoo!, Apple, ...), seja ganhar na Mega-Sena, seja ouvir um grande feito de um amigo, seja ver a tecnologia avançar mais do que nossa cabeça avança, seja ver fotos do universo com suas galáxias, seja uma música belíssima, seja aquele prato delicioso seguido daquela sobremesa deliciosa, ..., seja isso, seja aquilo, e logo entramos num estado de contemplação desse tal objeto dotado de beleza. A beleza é algo que desde sempre encanta o ser humano. Tudo o que é bonito nos deixa boquiabertos, hipnotizados, babando. Entenda-se por objeto aqui como coisas, situações, cenários.

Em nós, o que favorece essa percepção da beleza são os nossos sentidos: visão, paladar, olfato, tato, e audição; mas sobretudo a visão. E mais uma vez não posso evitar de fazer comentários bíblicos, uma vez que entendo que a Bíblia como Palavra de Deus nos educa e nos instrui no mundo moderno também.

O olho é a luz do corpo. Se teu olho é são, todo o teu corpo será iluminado. Se teu olho estiver em mau estado, todo o teu corpo estará nas trevas”. (Mt 6, 22-23)

Bom forte essa declaração de Jesus, né? Pois bem. Percebemos então que o que o olho deixa passar para o corpo pode deixá-lo iluminado ou em trevas. Algumas coisas são bem fáceis, para nossos olhos, de identificar como boas ou ruins, entretanto o problema mora naquelas que não conseguimos identificar, ou melhor dizendo, naquelas que estão camufladas como boas ou ruins. Existem objetos que são ruins, mas estão camuflados como bons; e existem objetos que são bons, mas estão camuflados como ruins.

Então como somos inclinados à beleza, imagine o problema para o caso de olharmos um objeto ruim que está camuflado como bom. Percebeu?! É um problema mesmo, pois ficaremos boquiabertos, hipnotizados e babando por um objeto ruim, mas ai daquele que nos disser algo contra nosso belo objeto.

Entendeu até aqui? Somos facilmente tomados pela beleza, e uma forma dela nos tomar é pela visão, mas se nossa visão não estiver boa, podemos ver objetos feios como bonitos.

Pronto! Dada essa introdução, venho aqui chamar a atenção para um objeto sempre antigo e muito novo: o sucesso. Ele é para muitas pessoas uma busca constante, uma meta, o significado da felicidade e do prazer. Mas o que poucas pessoas sabem é o sucesso tem outra personalidade. O sucesso é sábio, e está baseado simplesmente nos frutos e não em números; se baseia também em longos prazos e não em imediatismos; e também aceita bem os aplausos, mas não depende deles para viver.

Ele fica muito indignado quando vê pessoas por aí dizendo que o conhecem, mas na verdade não. Na verdade estão falando do arqui-rival dele: o fracasso.

- Eu conheço o sucesso, porque minha empresa empregou 500 pessoas em 5 meses.
- Já eu conheço o sucesso, porque publiquei um livro na Internet e já vendeu 1000 cópias em 1 dia.
- Eu, porém, conheço o sucesso, pois me selecionaram o melhor orador da turma. E quando eu falo eu convenço até jumento querendo mijar a sair do canto.
- Mas eu posso falar que conheço o sucesso, pois quando cantei aquela música todos me aplaudiram.

Olha, eu vou te contar... O sucesso não conhece esse povo, não. Ele diria assim para eles:

- Nesses 5 meses, seus 500 funcionários progrediram no exercício da profissão? E do segundo dia em diante, seu livro continou a ser vendido na taxa média de 1000 cópias diárias? Você sabe dizer por quanto tempo o seu jumento ficará convencido de que ele deve andar ao invés de impacar? Houve aplausos intensos quando você cantou nos outros 364 dias do ano?

Meus queridos, por que comecei falando da beleza? Pois o arqui-inimigo do sucesso, passa horas na clínica de estética para ficar bonito e assim confundir nossa cabeça para pensarmos que ele é o sucesso. Não nos enganemos pelos falsos encantos do fracasso. Não deixemos que nossos olhos nos enganem. Não deixemos que nossos olhos enxerguem o belo em algo feio.

Uma dica do sucesso para nós: olhem várias e incansáveis vezes para o objeto para ver se ele não é o fracasso disfarçado de mim. Ahhh. Ia me esquecendo de dizer que Deus e o sucesso são grandes amigos. Se sua cabeça deu tilt agora, então tá na hora de rever seus conceitos. :)

Essa explicação seguida dessa historinha parece ser besta, mas se você parar pra perceber é exatamente isso o que acontece nesse mundo de hoje.

Abraços.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Corpo de quem?

Olá amigos. Estou aqui pra falar um pouco da indgnação sobre como as pessoas distorcem as palavras para interesse próprio.

Há poucos dias saiu o III Programa Nacional de Direitos Humanos. Um dos pontos é a descriminalização do aborto, ou seja, "apoioar a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto, considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos". Aí é onde entra meu comentário anterior sobre distorcer as palavras.

Eu quero saber quem foi que disse ao Ministério da Saúde, à Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, e ao Ministério da Justiça que a criança que a mulher carrega no ventre é corpo dela? A criança tem seu próprio corpo. O corpo é da criança e não da mulher. Se a mulher quiser mexer no rosto, seios, barriga, braços, pernas, bumbum, dedos, unhas, cabelos, ..., mexa. Mas não tem o direito de interromper a vida de alguém que tem seu próprio corpo e que só não está respirando o mesmo ar que a mulher respira por conta de alguns centímetros de pele.

QUE DIREITOS HUMANOS É ESSE QUE NÃO CONSEGUE ENXERGAR ATRAVÉS DE ALGUNS CENTÍMETROS DE PELE?


Até parece que quem é contra o aborto é insensível às situações que levaram a mulher a engravidar, como: estupro, gravidez indesejada onde os pais não têm condições de manter um filho. Mas não é assim. Há sensibilidade para isso, mas é importante notar que a criança no ventre não tem culpa de nada. Levem os pais + o estuprador + familiares + médicos à frente do juiz. Podem botar culpa em quem quer que seja, mas o único que não vai levar a culpa é a criança. Se ela não tem culpa, por que vai pagar, carregar o fardo, da culpa dos outros?

Não vi até agora explicação plausível que me diga que esse INOCENTE é CORPO DA MULHER. Autonomia sobre seu corpo, a mulher tem, mas sobre o corpo de outra pessoa que (por conta da natureza) está dentro dela, NÃO.