segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Galileu e o Papa tiveram um pequeno desentendimento


O título desse post é uma frase de Sheldon Cooper ao afirmar que o desentendimento que Galileu teve com o Papa foi muito menor do que o que ele teve com Leonard. Muito bom esse episódio, diga-se de passagem.

Mas até onde esse desentendimento foi? Foi como contam por aí nas escolas ou nas mesas de bares? Eu mesmo tive um professor de História que, depois de ser "repreendido" privadamente por um amigo meu de sala sobre uma questão de Igreja, respondeu: "Isso aí, ninguém precisa saber". Tem muito professor reto por aí, mas não vamos tapar o sol com a peneira e achar que esse meu professor foi um caso perdido no mundo.

Que tal ouvir a versão da Igreja? Ou você vai responder como um cara que trabalhou comigo: "Não sei se eu quero mudar de opinião". Diálogo era um ponto forte dele... BAZINGA! :)

Você que ouviu que "Galileu foi condenado na Idade Média", mas esquece que a Idade Média vai até meados do século XV, e que Galileu nasceu em 1564, ou seja, cerca de um século após o seu término; ou ouviu também que "Galileu teve Copérnico como discípulo", mesmo de ter nascido 21 anos depois da morte de Copérnico; e muitas outras, não acha que tá na hora de ouvir a outra versão?

Esses quartro textos abaixo (sobre tudo os três primeiros) trazem a versão da Igreja sobre o fato:
  1. Novidades sobre caso de Galileu no Arquivo Secreto Vaticano 
  2. O «caso Galileu» 
  3. Descoberta de documento histórico esclarece a «lenda negra» sobre Galileu 
  4. O caso Galileu (I) 
Tenho a impressão de que a religião já superou o trauma do passado com relação ao assunto, mas parece que a ciência ainda tem feridas.

Se bem que Max Planck, o pai da teoria quântica, falou que: "Ciência e religião não estão em conflito, mas precisam uma da outra para completar-se na mente de um homem que pensa SERIAMENTE" (o maiúsculo é por minha conta).

É... Talvez o trauma ainda exista nos ignorantes sobre o assunto. E há quem diga que ignorância é uma bênção. Nunca foi.

Vale à pena ler e se informar para não ficar só com lendas urbanas na cabeça. Não tô querendo dizer aqui que a Igreja não errou. Nem os textos dizem isso. Estou querendo dizer que não foi como dizem por aí.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

É perdoando que se é perdoado


Conheço muita gente de coração bom, mas que está fora da Igreja por não suportar uma única coisa: o pecador. Sim, o pecador e seu pecado. Não compreenderam ainda que Deus nos pede para DETESTAR o pecado e AMAR o pecador. O perdão se instalou somente na cabeça dessas pessoas (de forma ainda infantil diga-se de passagem), mas não no coração. O coração dessas pessoas que conheço está cheio de fazer o bem a quem faz o bem. Natural demais. O próprio Jesus disse que qualquer um faz isso. A capacidade de perdoar dessas pessoas é muito limitada, pois o coração não compreendeu ainda que a Igreja nasceu de um enorme perdão de Deus.

Para elas a Igreja é um antro de pecadores. Hummm. CERTA RESPOSTA! É isso mesmo o que você encontra na Igreja: pecadores. Mas não é SÓ isso o que encontramos na Igreja. Encontramos também o Espírito Santo que está lá nos revelando dia e noite a Verdade, ou seja, o próprio Jesus Cristo, que por sua vez não cessa de nos perdoar e nos conduzir ao Pai.

Já ouvi muito isso dessas pessoas: "Ahhhh, tem coisas que não tem perdão" ou ainda "Eu não consigo perdoar uma pessoa que faz isso". Para quem está de fora fica difícil mesmo participar dessa experiência de perdoar e ser perdoado. No episódio em que a mulher pecadora entra na casa do fariseu e beija os pés de Jesus, chora sobre eles, perfuma-os e enxuga-os com seus cabelos (Lc 7, 36-50); Jesus deixou bem claro que a quem muito foi perdoado, muito amor demonstra, e a quem pouco foi perdoado, pouco amor demonstra. Então essa dificuldade de perdoar vem da dificuldade de ser perdoado. Não por dificuldade de quem quer dar o perdão, mas dificuldade da pessoa em receber o perdão. Essas pessoas não suportariam se ver como pecadores. Por isso muitos deixaram a Igreja.

Isso quer dizer que dentro da Igreja só tem gente que sabe receber o perdão? Não. Não vou ser leviano em dizer que sim, mas dentro da Igreja ainda tem muito fariseu. Mas muitos deles lutam para quebrarem com seus orgulhos e se deixarem ser perdoados por Deus, se deixarem ser justificados por Deus. Justificados? Sim, tornados justos. E tem alguém justo diante de Deus? Sim, todo aquele que permite que Deus o justifique, o torne justo, através do perdão dos pecados. Imagine a dificuldade: se que para quem está dentro nem sempre é fácil, imagina pra quem está fora. "Não consigo!". Não se preocupe, Deus entra com a Sua graça para nos fazer superar nossos próprios limites e participarmos dessa graça sobrenatural do perdão.

Quanto mais você se sente perdoado, mais você demonstra amor. E demonstrar amor é também perdoar. E não só perdoar, mas fazer o bem. Sim, fazer o bem a quem te fez o mau, assim como Deus faz com todos: "Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois Ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos" (Mt 5, 45). É desejo de Deus que imitemos Ele no proceder com toda nossa força com todo nosso entendimento e com todo o nosso coração. Difícil? Sim, mas você acha que Deus ia te pedir algo se te dar o suporte da graça dEle? Claro que não.

Resumindo, faça a experiência de ser perdoado (pedir perdão por uma falta, seja grande, seja pequena, e acolher o perdão) e aí ouça Deus te dizer "Vai, e faze tu o mesmo" (Lc 10, 37). Sua vida vai mudar e aí você vai compreender o porquê da Igreja estar cheia de pecadores: "Jesus, ouvindo isto, respondeu-lhes: 'Não são os que estão bem que precisam de médico, mas sim os doentes'" (Mt 9, 12).

Antes amar do buscar uma falsa perfeição de não ter pecados.